Em visita ao Pernambuco, Estado com o maior número de casos de microcefalia, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou nesta quarta-feira que as evidências da associação entre o zika e a microcefalia estão “mais, mais e mais fortes”, apesar de “ainda não totalmente claras”.
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Em pronunciamento a autoridades, médicos e imprensa em Recife, Margaret Chan salientou que o Brasil “não está sozinho” e que tem “força e determinação” para erradicar o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus.
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Vestindo a camiseta da campanha Zika Zero, do governo federal, presente recebido ontem da presidente Dilma Rousseff, a diretora elogiou a “tomada de liderança” do país no compartilhamento de informações com a OMS, algo que está “baseando ações contra o zika em todo o mundo”. Para ela, o vírus é misterioso e cheio de truques.
— Por isso, muitas perguntas ainda estão sem respostas — afirmou.
Antes da fala, Margaret Chan se reuniu com as médicas Ana e Vanessa van der Linden, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) — pioneiras em identificar o surto de microcefalia em Recife —, e assistiu, tomando nota de tudo, a apresentações sobre o panorama da má-formação em Pernambuco.
— O vírus da zika tem consequências devastadoras para as grávidas. Fico feliz em ver que estão sendo desenvolvidos novos protocolos para cuidar de bebês com anomalias neurológicas — disse a diretora.
Ela reforçou o discurso de que, enquanto não há “vacinas ou diagnósticos confiáveis para entender os efeitos da infecção por zika na primeira etapa da gestação”, eliminar o mosquito deve ser “a linha de frente da estratégia de defesa”.
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— O mosquito é inteligente: vai achar jeitos de atacar as pessoas. Não tenho medo dele, mas temos que tomar precauções, pois não se trata de tarefa fácil — disse.
Margaret Chan embarca na tarde desta quarta-feira para o Rio de Janeiro, onde visitará a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela está na companhia do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e da diretora-geral da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Carissa Etienne.
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*Estadão Conteúdo