Sob a liderança da blumenauense Eduarda Amorim, a Duda, as meninas da Seleção Brasileira de handebol buscam o bicampeonato mundial a partir de sábado, na Dinamarca. Melhor atleta do mundo na atualidade, a armadora de 29 anos é uma das jogadoras mais experientes do grupo e terá que demonstrar toda a maturidade após passar por um ano particularmente difícil, em recuperação de uma lesão no joelho esquerdo.
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Preparada física e psicologicamente para o novo desafio (serão cinco jogos em sete dias só na primeira fase, para ter uma ideia), Duda falou à coluna, por telefone, sobre a preparação para o Mundial, da vontade de conquistar o bicampeonato e muito mais. Confira na entrevista a seguir:
Leia outras informações do colunista Everton Siemann
Dois anos se passaram da conquista do Mundial na Sérvia. Neste intervalo, parte do grupo campeão foi renovada e novas meninas integram o elenco. Que avaliação você faz da preparação? Como a equipe chega ao Mundial?
Acredito que o primeiro ano depois do Mundial não aproveitamos muito. Tivemos algumas fases que participamos de muitos eventos por causa do título e algumas fases que tivemos problemas com as quadras. Em 2015 mesmo tendo um início com resultados negativos, avalio como um ano muito proveitoso, com o Pan e torneios de alto nível. Chegamos ao Mundial com uma equipe boa, com algumas mudanças, mas com o mesmo mix de atletas experientes e jogadoras mais novas. E sinto que estamos preparadas. Será um Mundial diferente, pois será mais competitivo, mas acredito que podemos conquistar uma medalha novamente.
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Por conta da chuva, o torneio amistoso em Brasília no fim de novembro não saiu bem como o planejado. De que maneira isso influenciou na preparação da equipe? Atrapalhou?
Sim, atrapalhou. Como Seleção temos pouco tempo juntas e cada fase é valiosa. Mesmo assim, com essa semana pré-Mundial conseguimos tirar o atraso e treinar com a Polônia. Nossa motivação é muito maior que qualquer problema que apareceu ou possa aparecer.
Apesar da eleição de melhor jogadora do mundo em 2014, você teve um ano particularmente difícil, de recuperação, após a grave lesão que sofreu no joelho esquerdo no fim do ano passado. Em que condições físicas e psicológicas você vai à quadra na Dinamarca?
Sim, foi um ano difícil, mas hoje me sinto muito bem e feliz de estar em quadra com esse grupo novamente. Pra mim duas coisas são superimportantes nesse Mundial: dar meu 100% em cada jogo independente da expectativa de qualquer pessoa e que meu time ganhe os jogos e conquiste esse bi.
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O Mundial tem um curto intervalo de tempo para recuperação entre uma partida e outra. Além da exigência física, encaixar o padrão de jogo e manter a regularidade é fundamental para se ter êxito, como a Seleção já mostrou em 2013, na Sérvia. Como isso impacta no desempenho?
O tempo de recuperação é pouco mesmo. Mas temos uma comissão que nos ajuda com isso, fazendo gelo, tratando, tomando suplementos pra chegar bem para o próximo jogo. E as condições são praticamente as mesmas para todas as equipes. Então, o nosso desempenho vai mesmo da preparação mental e tática para cada jogo.
Como é a experiência de chegar à competição como o time a ser batido? Há um maior respeito?
Sim, o respeito é maior. E, lógico, as equipes querem nos ganhar mais do que nunca. Mas o título trabalha em nosso favor. Chegamos mais confiantes e com uma experiência maior para os momentos difíceis dos jogos.