Nas próximas duas semanas, os joinvilenses interessados pela história recente do Brasil poderão assistir a filmes, debater, ouvir especialistas e até participar de atividades que lembrarão os dias que antecederam o golpe militar de 1964, que mergulhou o País em uma ditadura que se estendeu por 21 anos.

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Na noite do dia 31 de março, quando se completam 50 anos da movimentação dos militares que derrubou o governo João Goulart, Joinville pode viver uma noite de manifestações distintas. Enquanto um grupo estará debatendo o filme O ano em que meus pais saíram de férias, na Univille, outro promete “comemorar o aniversário da revolução” com fogos de artifício.

No curso de história, a atividade será aberta à comunidade, dentro do projeto Salve o Cinema. A doutora em história Ilanil Coelho e a coordenadora do curso, Taiza Mara Rauen, participarão de um debate no anfiteatro da Biblioteca Central da Univille, a partir das 19 horas.

Um grupo de estudantes também está reunindo imagens e montando uma exposição sobre o movimento estudantil da Univille na resistência à ditadura militar. A exposição deve ocorrer em agosto.

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O Centro de Direitos Humanos (CDH) de Joinville e algumas paróquias da cidade também devem realizar outros eventos para relembrar e debater o golpe de 1964 e a ditadura militar, mas as datas ainda não estão definidas.

Grupo sugere foguetório

Em dois e-mails, um grupo que se autodenominando Democracia e Liberdade está convidando joinvilenses a participar de um ato de “orgulho, apreço e respeito pela revolução”.

A proposta é fazer muito barulho, com fogos de artifício, às 20 horas do dia 31 de março.

– Este ato simbólico consistirá em uma ruidosa saudação – diz o texto. O grupo considera que as reportagens e artigos que estão sendo publicados na imprensa sobre os 50 anos do golpe têm o objetivo de “denegrir a revolução”.

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O grupo sugere que ninguém porte armas durante a manifestação e que use foguetes com “cinco tiros” de um fabricante de Joinville.

A reportagem do jornal “A Notícia” tentou entrar em contato com o grupo por meio dos endereços eletrônicos indicados, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Para assistir

O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS

A história se passa em 1970. Mauro é um garoto de doze anos que adora futebol e jogo de botão. Sua vida se transforma quando seus pais saem de férias de forma inesperada. Na verdade, eles foram obrigados a fugir por serem militantes da esquerda perseguidos pela ditadura militar. Mauro fica com o avô paterno, que morre no mesmo dia em que eles deveriam se encontrar. O adolescente acaba com Shlomo, um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade.

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ELES NÃO USAM BLACK-TIE

Baseado na peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri. Em 1980, um movimento grevista se inicia numa empresa. Um operário está preocupado com sua namorada, que engravidou, e eles decidem se casar. Para não perder o emprego, ele resolve furar a greve, que é liderada por seu pai, iniciando um conflito que se estende às assembleias e piquetes.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?

Lançado em 1997, o longa do diretor Bruno Barreto se baseia no livro homônimo de Fernando Gabeira. O filme relembra a história do sequestro do embaixador americano Charles Bulke Elbrick por militantes do MR-8, em setembro de 1969, para trocá-lo por prisioneiros políticos que eram torturados nos porões da ditadura

Para ler

ALMANAQUE 1964, de Ana Maria Bahiana. Editora Companhia das Letras, 256 páginas, R$ 54,50

DITADURA À BRASILEIRA – A DEMOCRACIA GOLPEADA À ESQUERDA E À DIREITA, de Marco Antônio Villa, Editora Leya, 432 páginas, R$ 49,90

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1964 – O VERÃO DO GOLPE, de Roberto Sander, Máquina Editora, 272 páginas, R$ 39,90

A DITADURA ENVERGONHADA, de Élio Gaspari, Editora Intrínseca, 464 páginas, R$ 39,90

1964 – O GOLPE, de Flávio Tavares Editora L&PM, 320 páginas, R$ 44,90

1964 – O GOLPE QUE DERRUBOU UM PRESIDENTE, – Pôs Fim ao Regime Democrático e Instituiu a Ditadura no Brasil, de Jorge Ferreira e Ângela de Castro Gomes Editora Civilização Brasileira, 420 páginas, R$ 40

A DITADURA QUE MUDOU O BRASIL – 50 ANOS DO GOLPE DE 1964, de Daniel Aarão Reis, Marcelo Ridenti, Rodrigo Patto Sá Motta Editora Zahar, 272 páginas, R$ 49,90

DITADURA E DEMOCRACIA NO BRASIL, de Daniel Aarão Reis Editora Zahar, 196 páginas, R$ 44,90

A DITADURA MILITAR E OS GOLPES DENTRO DO GOLPE: 1964-1969, de Carlos Chagas Editora Record, 490 páginas, R$ 60

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