Há dez anos, em 3 de agosto de 2009, acontecia a primeira aula do campus da Universidade Federal de Santa Catarina em Joinville. Era um momento histórico que chegava depois de uma longa trajetória de discussões e de luta para garantir que, quando ocorreu a interiorização da universidade, Joinville fosse a cidade escolhida para abrigar a unidade da região Norte. Nesta segunda-feira, dois atos dentro da universidade marcaram esta data com homenagens e uma visita para apresentar a atual estrutura da instituição em Joinville.
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Na solenidade da manhã, o ex-prefeito de Joinville Carlito Merss, o atual prefeito, Udo Döhler; e Ivete Appel da Silveira, em nome de Luiz Henrique da Silveira, foram homenageados por seu trabalho para garantir a vinda da UFSC para Joinville. Carlito recordou as negociações que foram feitas desde antes do anúncio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais Brasileiras (Reuni), que permitiu a interiorização.
— Houve polêmica na hora de escolher os cursos, mas entendia-se que Joinville precisava de um centro tecnológico. Santa Catarina tinha sete unidades portuárias mas nenhum curso de Engenharia Naval. E o Brasil não produzia mais trilhos nem vagões, precisávamos de um curso de Engenharia Ferroviária — recordou.
O atual prefeito, Udo Döhler, que defendeu a instalação do campus em Joinville quando era presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), reforçou que a intenção é aumentar a densidade da comunidade universitária. Atualmente, o campus Joinville tem 1.600 alunos de graduação e 120 de pós-graduação — quando as aulas começaram em agosto de 2009, eram apenas 110 alunos.
— Durante estes dez anos, tivemos só conquistas. Na época (da instalação em Joinville), dois professores vieram de Florianópolis para iniciar o curso (de engenharia de mobilidade) e, dez anos depois, estamos com 100 professores contratados e 46 técnicos, com oito cursos de graduação — afirmou a diretora do campus Joinville, Cátia Regina Carvalho Pinto.
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No ano passado, o período letivo começou em nova estrutura: a universidade funciona em instalações construídas pelo Perini Business Park e alugadas pelo Governo do Estado. Cátia chama atenção para as parcerias que já nasceram deste novo endereço, com mais opções de estágio e com a participação na fundação do Ágora, parque tecnológico que fica a poucos metros da universidade, também dentro do Perini.
— Esse modelo é o sonho de consumo de várias universidades e de grupos empresariais. Já fui procurado para ajudar a repeti-lo em outros lugares. Uma parceria com poder privado faz muito bem, mas também precisamos que o Estado tome para si essa responsabilidade e invista pesado nas universidades — afirmou o reitor Ubaldo César Balthazar em seu discurso.