Neste último final de semana o cenário na mídia brasileira se repetiu como em muitos outros dias: a violência contra a mulher, praticada por seu companheiro. Nesta terça-feira, 7/8, se comemora os 12 anos da Lei Maria da Penha. Assim como em diversas cidades do Brasil, acontece em frente à Catedral, no Centro, o evento Floripa Lilás, em comemoração ao aniversário da lei, com diversas ações para conscientização e combate à violência contra a mulher, durante todo o dia.

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O evento promovido pela Coordenadoria Políticas Públicas da Mulheres, apoiado pelo Tribunal de Justiça, pelo grupo Mulheres do Brasil, e também outras instituições e grupos, tem abertura às 11h30, com a banda da Polícia Militar. As ações acontecem na praça da Catedral, das 10h às 17h, com um conjunto de parcerias que prestarão serviços e orientações à comunidade, em comemoração ao 12º aniversário da Lei Maria da Penha.

Violência contra a mulher

Em 12 anos de lei, os números não são muito bons. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de homicídio contra mulheres dentro de suas residências diminuiu somente em cerca de 10%. Por outro lado, a conscientização da população e das políticas públicas em defesa da mulher têm aumentado durante este tempo. “Hoje em todos os estados do Brasil, o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça, fazem, por ano, três edições do Programa Justiça pela Paz em Casa, no sentido de reduzir o número de agressões e mortes, onde se discute e se julga os processos”, comentou a coordenadora de Políticas Públicas da Mulheres e também da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, a desembargadora Salete Sommariva.

Além da conscientização, o número de mulheres que tinham receio de denunciar seus parceiros, aumentou. “Grande parte, principalmente das mulheres em classes mais favorecidas economicamente e culturalmente falando, elas decidiram, também, a passar a denunciar seus companheiros, maridos e namorados, e eles estão respondendo as penas por esses crimes, o que era ‘privativo’ das classes menos favorecidas”, comentou a desembargadora Salete Sommariva. Outra parte da conscientização, muito importante para a constante diminuição da violência contras as mulheres, está vindo do próprio sexo masculino, “Os homens já estão preocupados em erradicar a cultura do machismo no Brasil”, completou a desembargadora.

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Ouça a entrevista completa com a desembargadora Salete Sommariva