No auditório do Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis, os participantes do 3º Seminário Social Good Brasil, foram convidados a participar de um jogo. Quem tivesse vontade de mudar o mundo deveria levantar a mão. Em seguida, tinham de pensar em outros colegas que também quisessem alguma mudança e, para simbolizar sua presença, encostar a mão, os pés e a cabeça em algum participante ao redor. Em poucos minutos, formou-se uma grande rede humana representando a conexão entre pessoas engajadas em uma causa social – o grande motivo do encontro.

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O Seminário Social Good Brasil, que vai até esta quinta-feira, busca mostrar formas de usar a tecnologia, novas mídias e pensamentos inovadores para solucionar problemas sociais. Participam do evento 40 palestrantes voluntários que contam sobre suas experiências e projetos em áreas como educação, comunicação, campanhas digitais, economia colaborativa e criativa e criação de startups. A expectativa é receber, até esta quinta-feira, 1,8 mil pessoas.

O evento faz parte da agenda do Social Good Summit, evento internacional que ocorre anualmente na semana das Nações Unidas, em Nova Iorque. Para Robert Skinner, diretor executivo da Fundação das Nações Unidas e um dos palestrantes, a sociedade brasileira está bastante conectada dentro e fora do país. E a grande vantagem é trocar informações para solucionar problemas sociais.

– Uma conferência como esta conecta pessoas que estão desenvolvendo diferentes tecnologias para resolver problemas em comum – diz.

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A primeira edição do Seminário ocorreu em Florianópolis, em 2012. Foram 3 dias de evento, com presença de 1150 pessoas e 10 mil acessos ao livestream. Já em 2013 o evento ocorreu em São Paulo.

Veja alguns exemplos:

Bike Anjo

Um grupo de pessoas que usava a bicicleta para se locomover em São Paulo percebeu que mais gente tinha interesse em adotar este meio de transporte mas ainda havia muitas dúvidas. Para disseminar a experiência e mostrar que pedalar é seguro, prático e fácil, criaram um blog em que os ciclistas amadores pedem auxílio aos mais experientes, chamados de Bike Anjos. Atualmente, a plataforma funciona em 220 cidades e tem 1.330 voluntários cadastrados como bike anjos.

www.bikeanjo.org

Colab

Facilitar a comunicação entre os cidadão e a gestão pública é o objetivo do Colab, plataforma de gestão colaborativa em formato de rede social. Os cidadãos se cadastram e postam publicações que fiscalizem problemas na cidade, proponham ideias e melhorias urbanas e avaliem os serviços públicos. O usuário pode comentar, apoiar e seguir as publicações e, quando o problema é resolvido, ele recebe uma notificação. Atualmente, são 50 mil cidadãos cadastrados e publicações em pelo menos 1,5 mil cidades. São 35 cidades que usam o Colab como canal oficial de comunicação pelos meios digitais. Em Santa Catarina, o atendimento ocorre em Araquari, Mafra e Sombrio.

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www.colab.re

Invisigram

Tornar a extrema pobreza no Brasil famosa e visível para o maior número de pessoas foi o mote da campanha institucional de 2013 do Teto. A ONG, que tem como missão acabar com a pobreza, intervém em comunidades precárias a partir da construção de casas de emergência. Para atingir o objetivo da campanha, utilizaram como canal de comunicação o Instagram de celebridades. Por um dia, pessoas como Bruno Gagliasso, Dira Paes, Daniela Mercury e outros 25 famosos doaram a sua conta na rede social a um morador de uma favela do Estado de São Paulo. A campanha ganhou o prêmio Effie Awards Brasil 2013 pela campanha mais eficiente na categoria sem fins lucrativos.

www.teto.org.br

Quimio Oral

O Instituto Oncoguia, que defende os direitos dos pacientes com câncer, utilizou a tecnologia para aprovar uma lei que facilita o tratamento da doença. Eles tornaram viável o acesso à quimioterapia oral, ou seja, a receber o medicamento em pílula, a pacientes com plano de saúde. O processo levou 2 anos e meio e hoje é um direito de 50 milhões de pessoas que utilizam planos de saúde.

www.oncoguia.org.br

Together

A agência planeja formas de mobilizar as pessoas ao redor das causas sociais – seja de clientes ou os próprios movimentos. Para isso, utilizam a combinação de planejamento estratégico, design e tecnologia.

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Um dos exemplos é o Transforma SP. Um conjunto de empresas que lidam com o lixo procurou a agência para fazer um movimento da sociedade civil que torne o paulistano mais responsável por seu lixo. Os projetos são planejados a longo prazo e com metas de alcance por período. O Transforma SP quer atingir, no primeiro ano, 150 mil pessoas. O design vem como uma forma de atrair as pessoas para a causa e a tecnologia é usada como ferramenta para a mobilização.

www.wearetogether.co