Da dança nasceu o amor entre Lurdes Ortega Azevedo, de 71 anos, e Wanderlei Carlos Schimitz, 63. Juntos há três anos, o casal se conheceu durante as aulas do Grupo Viva Feliz na cidade de Sapezal, no Mato Grosso. Lurdes e Wanderlei são dois dos mil idosos que vieram de todos os cantos do Brasil para participar do Encontro Nacional de Grupos de Dança Sênior, que ocorre das 8h às 17h deste sábado no Setor 1 do Parque Vila Germânica, em Blumenau.
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Lurdes conta que nasceu em Londrina, no Paraná, mas há quatro anos se mudou para o Mato Grosso para acompanhar a família. Viúva do primeiro marido, não quis ficar parada. Foi quando se inscreveu e passou a frequentar o grupo de idosos Conviver e dali entrou na dança. Já o namorado Wanderlei, nasceu no Rio Grande do Sul, e dança há três anos.
– A primeira vez que a gente se viu eu já sabia que íamos ficar juntos. Foi a dança que nos uniu e dali nasceu nosso amor – sorri.
O casal Lurdes e Wanderlei se conheceram dançando
Como Lurdes, outras 35 mulheres, que formam o grupo gaúcho Caminhando Juntos, também não ficaram paradas. Para Wanda Erichsen, que têm 62 anos e dança há 3, a atividade veio como um alívio para a rotina cansativa de cuidados com o marido, que em 2012 sofreu um AVC.
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– A convivência com o grupo me traz alegria e a dança melhora meu equilíbrio e raciocínio, além de me colocar em forma – explica ao ressaltar que gosta mesmo é das músicas mais agitadas.
Wanda Erichsen (de óculos) dança há três anos
Já para Ida Gerhardt a dança vai muito além de uma atividade física. Diagnosticada com câncer de mama, a aposentada de 65 anos, que durante muitos anos foi servente em uma escola na cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, entrou em depressão após passar por uma mastectomia. Hoje, curada do câncer e também da depressão, Ida comemora os 10 anos de dança:
– Tem gente que diz que é graças à Deus, mas eu digo que é graças à dança que eu estou bem.
A aposentada Ida Gerhardt dança há 10 anos
Passos que ultrapassam o tempo
Quem observa Annemarie Dörsett executar com precisão os passos ensaiados nem imagina que em setembro ela vai completar 94 anos. A aposentada, que nasceu na Alemanha e foi uma das primeiras dirigentes da Dança Sênior no Brasil, já pratica a atividade há 30 anos _ quatro deles na Alemanha e 26 em Pomerode.
Annemarie, que prefere conversar em alemão, resumiu sua experiência de três décadas com a dança ao falar que “música é harmonia”. Com a ajuda da dirigente regional de grupos do Paraná e de Santa Catarina, Sueli Rosita Kasten, de 65 anos, a idosa revelou que é graças à dança que hoje ela é tão saudável. A amiga Carmen Zastrow, 72, não a deixa mentir:
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– Dancei por mais de 20 anos e só parei porque me mudei (de Pomerode para Penha), mas a Anne é incansável.
Annemarie Dörsett (de vermelho) dança com a amiga Carmen (Fotos: Patrick Rodrigues/ Agência RBS)
De acordo com a dirigente regional os encontros, organizados pelo Instituto Bethesda, de Joinville, são feitos a cada dois anos e esta é a segunda vez que Santa Catarina cedia o evento. A Dança Sênior é praticada em países como Alemanha, Suécia, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Noruega, França, Suíça, Áustria, Itália, Luxemburgo e Letônia. No Brasil a atração é promovida em 23 Estados.