Existe um paradoxo ao envelhecer, pois ao mesmo tempo em que é revelada a fragilidade existe a vontade de seguir adiante com exuberância. Quando Eva Vilma, protagonista da peça Azul Resplendor, sobe ao palco é esse ponto de possibilidades infinitas e poesia que ascendem com ela.
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Bem-resolvida com a novidade de fazer 80 anos, completados em dezembro de 2013, e 60 de carreira, ela foi convidada pelos diretores Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas para dar vida a Blanca Estela, uma atriz que se aposentou precocemente.
– É uma coincidência feliz. É um dom que eu esteja bem de saúde e ativa em todos os sentidos. É muito prazeroso estar chegando nesta fase sentindo prazer no trabalho e tendo uma família linda – revela Eva Wilma.
Foto: João Caldas / Divulgação
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O segredo de viver bem, para ela, é não se levar a sério demais. De preferência tendo consciência de como se pode criticar tudo com bom humor. Foi esse viés bem- humorado que a conquistou desde a primeira leitura do texto, escrito por Eduardo Adriazén, um dos autores de destaque da dramaturgia contemporânea do Peru.
– O grande barato é que, junto ao humor crítico, no começo e no final da peça, o autor aborda a questão da finitude da vida. É uma chance que todos os “bem-vindo-aos-80-que-não-dói-nada” (frase dita pela colega Fernanda Montenegro no aniversário de Eva) sabem abordar. Não contente com isso, ele faz uma grande declaração de amor à nossa profissão – acrescenta, comparando essa habilidade com os textos de Aguinaldo Silva, com quem trabalhou nas novelas Pedra sobre Pedra e A Indomada.
O espetáculo Azul Resplendor, escrito em 2005, é um retrato fidedigno do ofício de ator. A peça revela os jogos de poder, as vaidades, as ambições e todas as outras particularidades que envolvem o trabalho desde seus primórdios. Para isso, conta a história de Blanca Estela, uma grande dama do teatro aposentada há mais de 30 anos e que recebe, inesperadamente, um convite de seu mais devoto fã, Tito Tápia (Genézio de Barros), para retornar aos palcos como protagonista.
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Foto: João Caldas / Divulgação

Além dos dois, no elenco estão outros atores de várias gerações: Guilherme Weber, Luciana Borghi, Débora Veneziani e Felipe Guerra. A montagem feita pelos diretores foca apenas no essencial, com poucos objetos e iluminação voltada para valorizar as atuações.
Agende-se
O quê: comédia Azul Resplendor, com Eva Wilma, Guilherme Weber e Genézio de Barros, que mostra os bastidores do ofício do ator
Quando: amanhã, às 21h, e domingo, às 20h
Onde: Teatro Ademir Rosa (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: R$ 60 e R$ 50 (Clube do Assinante – titular e acompanhante), à venda no Blueticket
Informações: (48) 3664-2628 ou fcc.sc.gov.br/tar