O Parlamento Europeu exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos “esclareçam imediatamente” as acusações de espionagem, em uma resolução aprovada por ampla maioria, mas rejeitou até o momento suspender as negociações do tratado comercial com o país, como pediram alguns eurodeputados.

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Em uma resolução aprovada por 483 votos contra 93, o Parlamento “condenou energicamente a espionagem contra representações da União Europeia”. Se a informação for confirmada, o tema “afetará as relações transatlânticas”, advertiram os legisladores europeus.

Ao mesmo tempo, os presidentes de sete grupos políticos do Parlamento decidiram por unanimidade solicitar à Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos de Interior para levar adiante uma “investigação profunda sobre o tema”.

Na resolução, o PE “pede que as autoridades americanas esclareçam imediatamente a questão”.

De qualquer forma, os eurodeputados do Partido dos Socialistas e Democratas Europeus não conseguiram convencer seus colegas a congelar ou suspender as negociações para um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, cujo início está previsto para a próxima segunda-feira, em represália.

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O escândalo foi desencadeado pelo ex-consultor da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) Edward Snowden, que revelou informações secretas sobre um programa americano de espionagem das comunicações em nível mundial.

Snowden está bloqueado na zona de trânsito do aeroporto moscovita de Sheremetievo sem poder entrar em território russo devido à falta de documentação necessária.

Maduro ironiza pedido dos EUA para extraditar Snowden

O presidente Nicolás Maduro afirmou nesta quinta-feira que o governo dos Estados Unidos pediu à Venezuela a extradição do ex-consultor da inteligência americano Edward Snowden, acusado de espionagem.

– O governo dos Estados Unidos entregou a nossa chancelaria um ‘papelzinho’ (…) pedindo a extradição desse jovem, o Snowden – declarou Maduro depois de chegar de viagem da Rússia.

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– A primeira coisa que vocês têm de fazer para ter moral de pedir a extradição deste jovem (…) que apenas revelou os crimes que vocês cometem contra a humanidade, é nos entregar Luis Posada Carriles, a quem protegem – acrescentou Maduro.

Posada Carriles, ex-agente cubano da CIA, é acusado pela Venezuela de ser o autor intelectual de um ataque com bomba que deixou 73 mortos contra um avião cubano que decolou de Caracas em 1976.

– Não têm moral para pedir a extradição de um jovem que está alertando para a ilegalidade com que o Pentágono, a CIA e o poder os Estados Unidos atuam. (…) Eu, como chefe de Estado, rejeito qualquer pedido que façam de extradição – concluiu.