Os Estados Unidos consideraram nesta quarta-feira que o projeto de resolução britânico que permitiria um ataque militar contra a Síria, e está sendo discutido pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, provavelmente não será aprovado.

Continua depois da publicidade

-Não vemos possibilidade alguma de que seja votado, devido à contínua oposição dos russos a qualquer ação significativa contra a Síria – declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.

– Não temos motivo para acreditar que os esforços do Conselho de Segurança derivarão em um resultado diferente ao dos esforços anteriores, que fracassaram – acrescentou, referindo-se aos três vetos de Rússia e China a projetos de resolução.

– Os Estados Unidos vão continuar suas consultas e adotarão as medidas apropriadas para responder nos próximos dias à crise – advertiu.

– Nossa resposta não pode depender da contínua intransigência da Rússia nas Nações Unidas e, francamente, a situação é tão grave que exige uma resposta.

Continua depois da publicidade

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (França, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Rússia e China) se reuniram nesta quarta-feira, em Nova York, para estudar a proposta britânica que defende um eventual ataque contra a Síria, mas não houve acordo, já que Moscou e Pequim continuam a rejeitar qualquer opção militar.

Londres não lançará ação militar na Síria até resultados da investigação da ONU

O Reino Unido não vai lançar uma ação militar na Síria até que tenha conhecimento dos resultados apresentados pelos especialistas da ONU que investigam no local um suposto ataque com armas químicas, segundo uma moção do governo que deve ser submetida na quinta-feira a um voto do Parlamento.

“O secretário-geral da ONU deve poder comparecer diante do Conselho de Segurança imediatamente após o fim da missão da equipe ” indica o texto, acrescentando que “o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve ter a oportunidade de receber esse esclarecimento e todos os esforços devem ser feitos para obter uma resolução do Conselho de Segurança apoiando uma ação militar antes que uma ação como essa seja lançada”.

“Antes de qualquer envolvimento britânico direto em uma ação como esta, uma outra votação será realizada na Câmara dos Comuns”, indica a moção.

Continua depois da publicidade

Uma porta-voz de Downing Street confirmou à AFP que essa votação “não acontecerá antes que os inspetores da ONU consigam fazer seu relatório”.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta quarta-feira que os especialistas precisam de quatro dias para concluir seu trabalho no local.

– Em seguida, os especialistas deverão fazer análises científicas. Depois, nós deveremos fazer um relatório ao Conselho de Segurança para que atue da forma que julgar necessário – disse.

A moção que será submetida na quinta-feira ao Parlamento britânico “lamenta o uso de armas químicas na Síria, no dia 21 de agosto de 2013, pelo regime de (Bashar al-) Assad, que causou centenas de mortes e deixou milhares de feridos entre os civis sírios”.

Continua depois da publicidade

Ela considerou ainda que “uma forte resposta humanitária é necessária por parte da comunidade internacional e que isso pode, se necessário, requerer uma ação militar que seja legal, proporcional e destinada a salvar vidas, impedindo e dissuadindo o uso de armas químicas na Síria”, ressaltando que essa prática é um “crime de guerra e um crime contra a Humanidade”.