Até o final deste ano, o Instituto Nacional para o Coração, Pulmões e Sangue dos EUA lançará um conjunto de diretrizes que deverá rever os parâmetros utilizados para definir os fatores de risco do colesterol. É provável que as taxas do mau colesterol, o LDL, que vêm sendo reduzidas consideravelmente nos últimos anos, sejam revistas – e para cima.
Continua depois da publicidade
O principal objetivo da mudança – que pode influenciar outros países, inclusive o Brasil – é evitar a medicação exagerada por quem tem uma taxa um pouco acima do limite. Com a linha de corte cada vez mais rigorosa, muitos pacientes passaram a tomar estatina, o grupo de medicamentos mais vendido hoje no mundo.
Estudos comprovam que a estatina diminui o colesterol de quem tem fatores de risco, como histórico de infarto na família e tabagismo, mas faz pouca diferença quando a taxa está levemente acima do ideal e os fatores estão sob controle. Além disso, tem efeitos colaterais, como a destruição de células musculares.
– A pergunta é: até que ponto vale insistir nesses índices e comprometer a qualidade de vida do paciente com remédios que causam dores? – resume o patologista clínico Emílio Granato.
Quando vale a pena
Continua depois da publicidade
Quando é recomendado o uso de estatina para controlar o colesterol e as situações que requerem avaliação prévia
Recomendado
– Após infarto ou derrame
– Taxa de colesterol acima de 170 mg/dl
– Existência de fatores de risco, como hipertensão, tabagismo, obesidade, diabetes ou histórico da doença na família
Avaliação prévia
– Paciente com colesterol acima de 170 mg/dl, mas sem fatores de risco, que faz dieta e exercícios físicos
– Teve a taxa aumentada nos últimos seis meses por causa da má alimentação
Queda livre
Nos últimos anos, o limite aceitável para o colesterol ruim, o LDL, caiu drasticamente:
1988 – Até 130 mg/dl (miligrama por decilitro de sangue)
2002 – Até 100 mg/dl
2013 – O limite caiu para 70 mg/dl
Fontes: Costantino Costantini, Emilio Granato, Fabiano Sandrini e Luiz Fernando Kubrusly