As forças norte-americanas fizeram novos ataques aéreos contra o Estado Islâmico (EI), no norte do Iraque, nesta sexta-feira. O objetivo, conforme o Pentágono, é “eliminar terroristas”. Esta é a primeira vez que os Estados Unidos se envolvem diretamente no Iraque desde a retirada de suas tropas, em 2011.
Continua depois da publicidade
Por volta das 11h, um ataque realizado com drone matou pessoas que estavam com um morteiro, conforme a Casa Branca. Uma hora depois, quatro caças dispararam oito bombas que neutralizaram um comboio e um morteiro perto de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, explicou o porta-voz do Departamento de Defesa, contra-almirante John Kirby
Mais cedo na manhã desta sexta-feira, dois caças bombardeiros americanos lançaram bombas de 250 kg sobre uma peça de artilharia móvel do Estado Islâmico (EI), que tinha como alvo as forças curdas em Erbil.
O Iraque é um “Frankenstein político”
Leia as últimas notícias de Zero Hora
Continua depois da publicidade
O chefe do exército iraquiano, Babaker Zebari, considerou que esse apoio aéreo permitiria “enormes mudanças no terreno nas próximas horas”.
– Os oficiais do exército iraquiano, os peshmerga (curdos) e especialistas americanos estão trabalhando em conjunto para identificar alvos – explicou, também citando ataques americanos na região de Sinjar, a oeste de Mossul, e operações previstas contra cidades controlada pelos EI.
Por sua vez, a ONU está trabalhando para criar “corredores humanitários” no norte do Iraque, para permitir assim a retirada dos civis em risco.
Estado Islâmico ataca regiões com yazidis e cristãos
Crédito: SAFIN HAMED / AFP
Cristãos iraquianos fugiram para o Curdistão temendo avanço do EI
Os combatentes do EI marcaram pontos na quinta-feira ao assumir o controle de Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, seguida pela tomada da represa de Mossul, a maior do país, que controla o abastecimento de água e energia elétrica em toda a região.
Continua depois da publicidade
Desde domingo, dezenas de milhares de pessoas fugiram ante o avanço dos jihadistas, que estão a apenas 40 km de Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, um aliado de Washington.
Depois de tomar Qaraqosh e outras zonas em torno de Mossul, sob controle do EI desde 10 de junho, o patriarca caldeu Louis Sako relatou que 100.000 cristãos precisaram fugir de suas casas. A maioria foi para o Curdistão.
No domingo, a tomada de Sinjar, reduto da minoria de língua curda yazidi, considerada pelos jihadistas como “adoradores do diabo”, já havia provocado o deslocamento de 200.000 civis, segundo a ONU.
Alguns fugiram para o Curdistão ou Turquia, mas milhares de outros estão presos nas montanhas desérticas ao redor, onde estão expostos à fome e à sede, além da ameaça dos jihadistas, conhecidos por sua crueldade.
Continua depois da publicidade
– A ofensiva do IE contra os yazidis e cristãos mostra todos os sinais de um genocídio -declarou nesta sexta-feira o secretário de Estado americano, John Kerry, em uma visita a Cabul.
Citando “uma crise humanitária que requer coragem” e o risco de uma nova onda de violência ainda mais mortal, o diplomata explicou que os Estados Unidos tinham decidido salvar essas vidas.
Na noite de quinta-feira, o presidente Barack Obama já havia citado o risco de um genocídio, ao anunciar os ataques militares “para proteger os civis” bem como os cidadãos americanos em Erbil e Bagdá.
*AFP