Os Estados Unidos, amparados por França e Grã-Bretanha, estão prontos para atacar a Síria.
Continua depois da publicidade
Os dispositivos militares estão em posição de combate, as justificativas para um ataque já foram expostas para a opinião pública, os parlamentares americanos e britânicos foram informados e uma gama de países já manifestou apoio. Falta o presidente Barack Obama dar a ordem.
A possibilidade de um ataque se tornou evidente com as declarações na segunda-feira feitas pelo secretário de estado americano, John Kerry, culpando o regime sírio pela morte de centenas de civis em um suposto ataque com armas químicas. Ontem, tornou-se iminente com uma entrevista do secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, à rede britânica BBC.
– Estamos prontos para atuar. Deslocamos recursos para cumprir e acatar qualquer opção que o presidente deseje realizar – disse Hagel, acrescentando que os EUA apresentarão provas do uso de agentes químicos proibidos pelo regime sírio de Bashar al-Assad.
Pelo tom dos americanos e também dos governos britânico e francês, tampouco parece ser fundamental o término do trabalho da missão de inspetores da Organização das Nações Unidas, em Damasco, que buscam provas do uso de armas químicas no ataque de 21 de agosto.
Continua depois da publicidade
Segundo a imprensa americana, Obama pensa em uma ofensiva limitada, que não duraria mais de dois dias e sem o objetivo de derrubar o presidente Al-Assad. De acordo com o The New York Times, a lista de alvos incluiria pelo menos 50 unidades militares. O objetivo seria dissuadir o presidente sírio de recorrer novamente às armas químicas e degradar sua capacidade de efetuar tais ações no futuro, de acordo com autoridades americanas.
Ontem, o temor de uma guerra internacional abalou a cotação do petróleo, que registrava forte alta em Nova York. Uma eventual intervenção na Síria pode desestabilizar toda a região, uma importante área produtora.
Posições divergentes
Países têm posições desencontradas quanto a intervenção na Síria
Contrários
– Rússia e Irã são os grandes aliados da Síria. Moscou acusa o Ocidente de agir “como um macaco com uma granada”.
– A Jordânia não quer servir de plataforma em uma intervenção militar.
– Itália rejeita intervenção sem aprovação no Conselho de Segurança da ONU.
– O Brasil sustenta ser possível uma solução negociada para o conflito.
Favoráveis
– Na Grã-Bretanha, o parlamento irá votará amanhã uma possível ação militar.
– A França participaria de um ataque.
– A Turquia participaria de uma coalizão.
– A Alemanha, em plena campanha eleitoral, não participaria, mas seria favorável a uma ação.
– Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos aliaram-se aos rebeldes e defendem a ação.
– Canadá e Austrália seriam favoráveis à intervenção.