O embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bashar Jaafari, acusou neste domingo os Estados Unidos de buscarem o fracasso da trégua na Síria, com o bombardeio de uma posição do Exército sírio, que classificou de agressão.
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“O objetivo desta agressão americana é levar ao fracasso a trégua acordada entre Rússia e Estados Unidos”, declarou à imprensa Jaafari, que lidera a delegação síria na XVII Cúpula de Países Não-Alinhados (NOAL) que termina neste domingo na ilha venezuelana de Margarita.
A suspensão das ações militares está por um fio depois que a coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardeou no sábado no leste do país posições do Exército sírio, aliado de Moscou, matando cerca de 90 oficiais, segundo o último balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
O Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocado por Moscou, se reuniu na noite de sábado com caráter de urgência, mas o resultado foi “zero” porque Estados Unidos, França e Reino Unido consideraram que “não merecem tomar medidas” pelo ocorrido, acrescentou Jaafari.
A coalizão reconheceu que havia bombardeado o que pensava ser uma posição do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e pôs fim a operação quando Moscou lhe avisou que talvez se tratava de militares sírios.
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“A política americana, em linhas gerais, cometeu dezenas de erros parecidos (…) para justificar a agressão militar a um país. Os Estados Unidos agridem e violam a soberania dos países com mentiras. Hoje querem fazer o mesmo com a Síria”, assegurou o embaixador.
O diplomata acrescentou que o governo sírio “vai pressionar todos os membros do Conselho de Segurança para voltar a tratar esta agressão o quanto antes”.
“A questão não vai parar aqui, nossos amigos no Conselho de Segurança, China e Rússia, não vão deixá-la neste ponto. A agressão americana deve ser tratada imediatamente para evitar a extensão do fogo na região e pôr fim à hipocrisia e à mentira americana”, manifestou.
O bombardeio ocorreu no quinto dia de uma trégua alcançada com um acordo entre Estados Unidos e Rússia para tentar encontrar uma solução para a guerra na Síria, que devasta o país desde 2011 e que já deixou mais de 300.000 mortos.
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