Os Estados Unidos aumentarão a pressão financeira sobre o Irã com as “sanções mais fortes da história”, depois que Washington se retirou do acordo nuclear de 2015 com Teerã – anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, nesta segunda-feira (21).

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“Aplicaremos uma pressão financeira sem precedentes sobre o regime iraniano. Os líderes em Teerã não terão dúvida sobre nossa seriedade”, disse Pompeo, em seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que deixou a direção da CIA para liderar o Departamento de Estado.

“O ferrão das sanções se tornará mais doloroso apenas se o regime não mudar o rumo do caminho inaceitável e improdutivo que escolheu para si mesmo e para o povo iraniano”, acrescentou, em conferência no “think tank” conservador Heritage Foundation.

“O Irã não terá nunca mais carta branca para dominar o Oriente Médio”, disse ele, ao descrever a nova estratégia americana em relação ao regime islâmico, que inclui 12 duras condições de Washington para qualquer “novo acordo” nuclear.

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Pompeo disse que os Estados Unidos suspenderiam suas sanções, se o Irã pusesse fim a seu programa de mísseis balísticos e parasse de intervir em conflitos regionais, do Iêmen à Síria.

“Detectaremos as operações iranianas e seus representantes de Hezbollah que operam em todo o mundo e os esmagaremos”, anunciou Pompeo.

“O Irã se verá obrigado a tomar uma decisão: brigar para manter sua economia à deriva no país, ou continuar desperdiçando preciosas riquezas nas disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas”, garantiu.

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O presidente americano, Donald Trump, considera que o acordo original de 2015 com o Irã, também firmado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, não foi rígido o suficiente em suas exigências para com Teerã e agora quer que os demais signatários apoiem sua estratégia de linha-dura.

“Na estratégia que estamos anunciando hoje, queremos o apoio dos nossos aliados e sócios mais importantes na região e em todo o mundo. Não me refiro apenas aos nossos amigos na Europa”, disse Pompeo.

O secretário de Estado também advertiu as empresas europeias que mantêm relações com o Irã, violando as sanções dos Estados Unidos, que serão “obrigadas” a prestar contas.

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O restabelecimento das sanções dos Estados Unidos obrigará as empresas europeias a escolher entre investir no Irã, ou fazer trocas comerciais com os Estados Unidos. Na realidade, não há outra opção: as empresas europeias não podem se dar ao luxo de abandonar o mercado americano.

Por enquanto, a União Europeia está tentando convencer o Irã a se manter no acordo de 2015, mesmo sem a participação de Washington.

* AFP