Pelo menos cinco americanos ficaram feridos no ataque à sede diplomática dos Estados Unidos na Líbia, onde morreram o embaixador e três funcionários, disse nesta quarta-feira um oficial americano.

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De acordo com o jornal americano The New York Times, o governo do país acredita que o protesto pode ter sido planejado antes e que o filme “Innocence of Muslims” (“A inocência dos Muçulmanos”) seria apenas um véu para encobrir uma ação que já estava em marcha.

No Egito, onde também houve protestos inclusive com a queima de bandeiras dos EUA, as autoridades afirmaram um caráter espontâneo nos protestos. Já na Líbia, os manifestantes estavam armados com lança-granadas e morteiros, algo que indicaria uma organização prévia. É uma prova, também, de que um ano depois da queda de Muamar Kadafi e, apesar do estabelecimento de novas instituições (ontem Mustafa Abu Shagur foi eleito pela Assembleia Nacional chefe do novo governo de transição), o país está longe da estabilidade e da democracia plural idealizada nos início das revoltas.

O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou os ataques e prometeu que justiça seria feita, mas garantiu que os laços com o governo líbio serão mantidos. A primeira ação prática foi enviar uma força de 50 fuzileiros para reforçar a proteção da embaixada em Trípoli e apoiar a caçada aos responsáveis.

O ataque em Benghazi é o primeiro desta proporção contra uma embaixada ocidental na Líbia desde a queda do regime de Muamar Kadafi em agosto de 2011.

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Retirada de funcionários da embaixada dos EUA

Os Estados Unidos retiraram a maior parte de seu pessoal diplomático da Líbia após o ataque.

– O pessoal americano evacuado da Líbia foi levado à Alemanha e se ordenou uma revisão da segurança em todas as missões diplomáticas dos Estados Unidos no mundo -, disse um funcionário, acrescentando que além dos quatro mortos, três diplomatas ficaram feridos no ataque de terça-feira.

Inicialmente, todo o pessoal do consulado americano em Benghazi – incluindo os feridos e os corpos dos quatro diplomatas mortos – foi evacuado para Trípoli nas horas posteriores ao ataque, em um avião fretado.

– Na noite passada, foi ordenado a todas as nossas sedes diplomáticas no mundo a revisão de sua segurança e a adoção de todos os passos necessários para melhorá-la -, revelou o oficial, que pediu para não ser identificado.