Juan Carlos Ianuzzo, oficial da reserva da marinha argentina, participou do desembarque nas ilhas em 2 de abril de 1982 e hoje é secretário administrativo da Associação de Veteranos da Guerra das Malvinas. Trinta anos depois, à Agência RBS, ele garante: faria tudo de novo.
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Agência RBS – Pela diplomacia, é possível a Argentina recuperar a soberania das Malvinas?
Juan Carlos Ianuzzo – Creio que, neste momento, é difícil que a Grã-Bretanha aceite falar de soberania. Mas é importante insistir nessa forma de trabalho diplomata.
Agência RBS – Como o senhor vê a participação do Brasil na discussão das ilhas?
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Ianuzzo – Todos os países da América Latina demonstram seu apoio à Argentina, até mesmo com medidas como a não autorização da entrada de navios britânicos. Há um apoio importante e efetivo.
Agência RBS – A guerra foi um equívoco dos dois países?
Ianuzzo – A guerra é sempre o final de qualquer negociação diplomática. Pode ter sido um erro, mas foi uma demonstração de patriotismo da qual sou muito orgulhoso de ter participado. E eu voltaria a participar. Defendemos parte do nosso território. A Grã-Bretanha nunca quis solução para o tema. Quando a Grã-Bretanha afundou o navio General Belgrano, encerraram-se todas as possibilidades de reiniciar conversações.
Agência RBS – Caso a Grã-Bretanha não abra a possibilidade de negociações diplomáticas, é possível que futuramente haja outra guerra pelas ilhas?
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Ianuzzo – Não da parte da Argentina. A Grã-Bretanha tem grande presença nas ilhas, e não temos a intenção de entrar em outro conflito. Só queremos buscar a soberania pela diplomacia, pela ONU. De nenhuma maneira, há possibilidade de conflito armado.
Agência RBS – A recuperação da soberania pela Argentina é questão de tempo? Ianuzzo – Creio que sim. Não sei dizer em quanto tempo. Em algum momento, a Grã-Bretanha buscará deixar esse enclave colonial.