Celina Habold da Rosa, mãe do estudante de 16 anos encontrado morto no banheiro do Instituto Federal Catarinense em Sombrio, no dia 18 de novembro, desabafou após a conclusão do inquérito policial.
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Segundo a investigação, não teria existido nenhum pacto de morte, como afirmava o autor do crime, um jovem de 17 anos, colega da vítima e com quem estaria tendo um relacionamento amoroso. Ele confessou o assassinato e teria dito à polícia que matou o estudante porque os dois estariam vivendo uma relação conturbada.
Nesta sexta-feira o Ministério Público apresentaria a representação do caso e o jovem de 17 anos ficará à disposição da Justiça para o julgamento. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente ele poderá ficar internado por um período máximo de três anos. Ele permanece apreendido no Centro de Internação Provisória (CIP), em Criciúma, e pode permanecer no local por até 45 dias.
Na porta de casa e sem muitas palavras, em uma cidade próxima a Sombrio, o pai do jovem que seria o autor do crime atendeu a equipe do Diário Catarinense. Ele soube sobre o resultado da investigação pela reportagem e se mostrou surpreso. Disse que nunca esperava uma atitude desta do filho, que descreveu como um menino estudioso e inteligente. Admitiu que a sua mulher esteve na escola quando foi chamada para conversar sobre o relacionamenrto dos dois, mas acreditava que teria estaria resolvido.
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Confira a entrevista com a mãe do estudante morto:
Diário Catarinense – Como a senhora se sente com a conclusão do caso pela polícia?
Celina Hobold da Rosa – A verdade veio à tona e agora a gente vai poder ficar mais tranquilo e sentir esta dor em paz. Eu sempre tive certeza de que ele não tinha feito pacto nenhum. Ele foi brutalmente assassinado, dentro de uma escola e ninguém levou isso em conta. Não estou aliviada, nunca tive dúvidas, mas serve para mostrar para a sociedade.
DC – Como a família tem enfrentado tudo isto?
Celina – Muito difícil, não tem explicação. Ele não está mais aqui, não tenho meu menino para conversar, é muito dolorido. Não tenho ficado em casa, tenho continuado meu trabalho para não enlouquecer.
DC – E sobre o possível relacionamento entre eles, em algum momento ele comentou isso com a senhora?
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Celina – Somos abertos à questão de homossexualismo, mas até pela idade ele era imaturo. Em julho fomos chamados para conversar na escola, conversamos e eu ligava sempre para escola para saber como estava e em nenhum momento me passaram que tinha algo. Em casa eu perguntava pra ele e ele respondia “tudo como foi conversado”. No skype ele chamava e o meu filho nem respondia. Ele começou a pressionar meu filho, inventou um pacto, é dissimulado, perigoso.
DC – Nos últimos dias a senhora notou alguma mudança de comportamento nele, algo que lhe chamasse atenção?
Celina – Não, não notei nada. Sempre perguntava pra ele como estavam as coisas na escola. Mas acredito que se ele estivesse sendo incomodado, não iria dizer porque gostava da escola e não iria querer que eu o trocasse de escola.
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DC – A senhora pretende fazer algo contra a instituição?
Celina – Não sei tenho que pensar. Ele estudava o dia inteiro, a aula começava 12h45, ele não apareceu, porque não foram atrás? Tem falhas ai e quem foi punido fomos nós.
DC – Como foi para senhora saber os detalhes do crime?
Celina – Foi com uma brutalidade maior que eu imaginava, segundo falaram o meu filho relutou, mas ele usou a força, foi um crime doentio, bárbaro. Meu medo é que ele seja solto e possa fazer de novo. Mas vamos fazer de tudo pra que ele fique lá.
DC – A senhora conseguiria um dia perdoá-lo?
Celina – Perdoar? Com certeza não. Da boca pra fora é fácil perdoar, mas no coração não, isso não existe e não vai existir.
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