Prolongado até o fim do turno como técnico interino, Sílvio Criciúma vem mostrando um bom desempenho no comando do time. Depois de resultados positivos diante de missões complicadas, nos bastidores do clube já surgem comentários sobre a possibilidade de o ex-zagueiro se efetivar como técnico até o fim da temporada. Considerando a equação que mistura as opções do mercado e as exigências e limitações monetárias do clube, a prata da casa seria uma boa opção para o Criciúma.

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A efetivação, aliás, está nos planos do auxiliar técnico. Sem pressa para passar de fase na carreira, Sílvio está tranquilo e, se continuar como auxiliar, pensa em seguir colecionando as experiências que formarão o treinador que ele pretende ser um dia.

DC: Como foi pegar o time em uma situação tão caótica, com a demissão do Vadão, a revolta da torcida e enfrentar um oponente difícil como o Coritiba na sua primeira vez comandando o time na Série A?

Sílvio Criciúma – Eu estou preparado para isso. Cada situação me deixa mais preparado. Eu já assumi no ano passado na pressão. Esse ano assumi antes da chegada do Vadão, estava uma fumaça muito grande, nós ganhamos o jogo fora do Camboriú, era outra proporção. Logicamente que desta vez tem uma pompa maior, que é Campeonato Brasileiro, Série A, mas eu estava muito tranquilo. Fui e fiz o meu melhor no tempo que eu tinha à disposição de treinamento para o jogo e palestra. Me senti muito à vontade. Aí você fica à mercê do resultado, mas a expectativa era muito boa de vitória diante do Coritiba e a gente sabia que envolvia muita coisa. Então talvez por isso ganhou um corpo maior essa vitória que a gente teve.

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DC: Estar invicto nos jogos comandados no ano te dá uma confiança maior para seguir até o fim do turno?

Sílvio Criciúma – Eu ganhei pontos no Criciúma. Minha função é dar suporte quando da saída do treinador. É o Campeonato Brasileiro, envolveu a saída do Vadão, que é muito querido, nosso time vinha de derrotas, então eu somei pontos. Independente da sequência, acho que estou somando pontos no clube e isso é importante.

DC: Seu plano para o futuro é ser efetivado como treinador?

Sílvio Criciúma – Sim, eu serei treinador de futebol. Isso eu já tracei há algum tempo. Não tenho pressa pra isso, mas sei que a cada dia que passa essa hora está se aproximando e eu estou me preparando pra isso. E essas experiências todas estão sendo maravilhosas pra mim, estou me comportando bem perante os obstáculos. O importante é vencer esses obstáculos. Então estou vivendo o momento. No futebol não dá pra se programar muito pro amanhã.

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DC: No seu time de origem e com o apoio dos atletas, que já se manifestaram a seu favor como técnico efetivo até o fim da temporada, seria um começo ideal na sua carreira?

Sílvio Criciúma – Sem dúvida, se eu tiver a oportunidade de iniciar como treinador no Criciúma, seria um começo sensacional. Não estou falando que de repente isso pode acontecer agora. Pode ser pro ano que vem, pode ser pra daqui a dois anos. O Criciúma já me proporcionou o início de carreira, fui júnior aqui. O Criciúma me proporcionou um encerramento da carreira, parei de jogar aqui. Me deu oportunidade de trabalhar como gerente de futebol, e eu trabalhei mas vi que não era meu ramo. E me deu oportunidade pra trabalhar como auxiliar técnico. Então são quatro oportunidades. Se a quinta como treinador viesse no Criciúma, seria sensacional!

DC: Então no momento você permanece como a carta na manga do Criciúma?

Sílvio Criciúma – Estou aqui pra isso! Há a invencibilidade deste ano e no ano passado comandei 14 jogos. Era pra ser um, mas fiquei por 14. Se virou 14, é porque estava funcionando bem. Se não me engano, no nono jogo eu estava com 81% de aproveitamento. Isso pra treinador é o ápice. A Chapecoense está com uma campanha dessas. Só que aí nos cinco jogos finais a coisa virou e não funcionou. Mas acho que deu resultado ano passado, deu resultado agora e eu estou aí pra servir o clube.

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DC: A formação 4-3-3, que você vem utilizando, foi inspirada nos moldes em que o técnico Vadão reergueu a equipe em sua chegada durante o Campeonato Catarinense?

Sílvio Criciúma – Teve resultado no Catarinense, marcou forte assim, o time fez gol assim, foi seguro atrás. Mas no jogo do Coritiba, pra se ter uma ideia, teve três peças que não estavam no Catarinense: o Galatto, o Leonardo e o Serginho, os outros oito jogadores eram a base do que teve no Estadual. Aí já tem entrosamento, foi uma sequência do que vinha sendo feito, do melhor momento do Criciúma deste ano que se repetiu. E eu tenho mil motivos pra elogiar o Vadão, pra imitá-lo, porque ele é um excelente treinador. Ele é o melhor treinador que passou aqui no Criciúma.