O alpinista que morreu após o deslizamento de uma pedra em um paredão do Cânion Espraiado, em Urubici, na Serra catarinense, era um atleta experiente em esporte de aventura.

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Lucas de Zorzi, 39 anos, era diretor de uma empresa de equipamentos para indústria madeireira, mas conciliava a atividade com a paixão por atividades como escalada, snowboard, paraquedismo e wingsuit – modalidade em que paraquedistas utilizam um macacão com asas aerodinâmicas para voos de alta performance. As informações são do G1 SC.

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A escalada deste domingo buscava atingir o topo do cânion para, de lá, fazer um salto de wingsuit. O amigo Diego Braga, 31 anos, que estava com Lucas no momento do acidente durante a escalada, conta que uma pedra escondida em meio à vegetação despencou. Os dois acabaram ficando presos a uma altura de 200 metros.

Diego, que estava à frente na escalada, sofreu ferimentos leves, mas Lucas foi atingido na cabeça e imediatamente ficou desacordado. Ele chegou a ser encaminhado a um hospital, mas não resistiu.

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— Eu cheguei a gritar, mas ele não respondeu. Aí ali eu já vi o que poderia ter acontecido […] A gente sabe dos riscos que tem o esporte – afirmou ao portal G1 SC.

A operação de resgate iniciou cerca de 20 minutos após o acidente, mas foi marcada pelo alto grau de dificuldade e durou cerca de seis horas. Diego conta que a vegetação impedia que ambos se vissem no local do acidente. Ele também não conseguia se deslocar porque a corda estava esticada. 

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— A gente se sente impotente, vê que o amigo estava mal e eu não conseguia ajudar – aponta.

O fato de o acidente ter ocorrido em área de difícil acesso fez com que os socorristas da PM precisassem fazer o lançamento de um tripulante por meio de descida de rapel, amarração, imobilização da vítima, que depois foi içada para a aeronave por cordas. Após fazer o resgate de Lucas, o helicóptero retornou ao local do acidente para buscar o segundo alpinista, que estava com ferimentos leves na área de vegetação.

Operação de resgate durou cerca de seis horas
Operação de resgate durou cerca de seis horas (Foto: Polícia Militar / Divulgação)

Os dois amigos já haviam ido até o local um mês atrás, para estudar o percurso que precisariam fazer na escalada. Diego lembra que Lucas o convidava para escaladas e trilhas aos fins de semana e que sempre o incentivava.

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Ele foi campeão brasileiro de Wingsuit Artístico nos anos de 2015, 2016 e 2017, além de recordista Sul e Latino Americano da modalidade.

Clube de esportistas e empresa lamentam morte 

O clube de Wingsuit em que Lucas era instrutor lamentou a morte do amigo e disse que ele era um dos melhores praticantes da modalidade.

“Um amigo incrível, pai e marido dedicado, que na qualidade de atleta estava entre os melhores do esporte”, afirma a instituição, em um trecho da nota publicada nas redes sociais ainda na noite de domingo.

A empresa em que Lucas era diretor também prestou homenagem ao esportista. “O falecimento prematuro interrompe tragicamente uma trajetória marcada pelo espírito aventureiro, por vitórias e conquistas, deixando um grande legado de empreendedorismo e dedicação”, afirmou, em um comunicado.

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Lucas deixa mulher e um filho. O velório será até a tarde desta segunda-feira (12), no Cemitério Parque da Saudade, em Lages.

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