Ana tem 32 anos e hoje se considera uma pessoa equilibrada, mas nem sempre foi assim. Ela tinha crises de agressividade frequentes e, devido ao que achava ser um “gênio forte”, nunca teve muitos amigo. Aos 22 anos, após uma adolescência muito perturbada, ela foi diagnosticada como portadora de transtorno bipolar.

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Depois de muitas conversas com o psiquiatra, passou a entender que tudo o que sentia (às vezes uma euforia extrema, inexplicável até, e em outras vezes uma tristeza sem fim) era consequência da doença. Começou em seguida o tratamento, com medicamentos e terapia, e a vida melhorou bastante.

– Sei que não posso ficar sem os medicamentos, que é para a vida inteira, mas não me importo. Tenho um companheiro muito legal, um bom emprego, e não quero colocar tudo a perder. Preciso me manter bem e, para isso, faço tudo o que o médico mandar – diz Ana.

O pai morreu há cinco anos, mas ela diz lembrar claramente de vê-lo ter crises horríveis de raiva e depressão, daquelas de não querer sair de dentro do quarto.

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– Ele nunca recebeu um diagnóstico definitivo, mas hoje, sabendo que o transtorno bipolar tem componentes hereditários, tenho quase certeza de que meu pai sofria do mesmo distúrbio – relembra Ana, que prefere não revelar o nome completo por achar que ainda existe muito preconceito na sociedade no que diz respeito às doenças mentais.