A reforma da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, terá no dia 31 de janeiro um dos seus momentos mais delicados. Da 0h até as 8h, os técnicos vão suspender 20% do peso do vão central da estrutura, etapa chamada de transferência de carga. Nessa parte da obra, o peso da ponte deixará de ser sustentado pelos estais e barras de olhal para ficar apoiado na base de sustentação provisória instalada no mar. Os outros 80% serão transportados entre os meses de maio e junho deste ano.

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Nessa primeira parte da transferência, 26 macacos hidráulicos serão colocados na base provisória. Eles vão deixar o vão central parcialmente levantado para que sejam colocadas torres temporárias. Para que o serviço seja feito, o trânsito na Avenida Beira-Mar Norte, na altura da ponte, terá que ser totalmente interditado durante as oito horas. Os técnicos não descartam a mudança de data para a primeira semana de fevereiro.

Segundo o engenheiro do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) responsável pela obra, Wenceslau Diotallevy, um plano de contingência está em elaboração e ficará pronto até o dia 20 de janeiro. Nele constará a mobilização que será necessária na noite da transferência. Ainda não está confirmado, mas há a possibilidade de que duas residências sejam evacuadas e um bar fique impedido de realizar eventos durante o serviço.

Essa etapa da obra é considerada a mais delicada pelos projetistas. Será a primeira vez que a reforma mexerá com a estrutura da ponte, o que pode gerar consequências. Com a transferência, os cabos que atualmente estão estendidos, devem ficar mais soltos e fazer sons pelo contatos entre eles.

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Trânsito ficará parcialmente interrompido por 60 dias

Outra etapa da obra deve fechar uma pista da Avenida Beira-Mar Norte e uma pista da Avenida Beira-Mar Continental por 60 dias já a partir deste mês. Diotallevy explica que será feito o reforço das fundações das torres de sustentação da ponte, tanto na parte insular como na continental.

— Vamos fechar uma faixa da Beira-Mar porque precisamos manter uma passagem para pedestre e ainda um espaço para o equipamento. Pedimos para a prefeitura um posicionamento, que deve vir em 48 horas. Queremos iniciar imediatamente — afirmou o engenheiro.

Quando for definida a data exata do começo das alterações, o Estado pretende fazer divulgação previamente. O que está definido é que o fechamento não será simultâneo. Ou seja, a obra na Ilha será feita em datas diferentes do serviço na parte continental.

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O presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, admite que a interdição da pista causará transtornos, mas contrapõe que o impacto será minimizado pelo retorno que a reforma da ponte dará quando concluída.

O engenheiro espera que até a próxima semana o prefeito Gean Loureiro (PMDB) se posicione sobre o planejamento previsto pelo Deinfra. Na última quarta-feira, Loureiro manifestou sua preocupação ao governador quanto aos impactos que a obra vai causar no trânsito. Por isso, solicitou um estudo ao Estado, que segundo Diotallevy já está pronto e nas mãos da prefeitura.