A perplexidade com a goleada sofrida na semifinal não se limitou às ruas. Entre os jornalistas que cobrem a Copa do Mundo, a pergunta mais ouvida é: onde foi parar a poderosa Seleção dona da casa?
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No centro de mídia do Itaquerão, em São Paulo, mais de uma centena de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas assistiram ao jogo, esperando a entrevista coletiva do técnico argentino Alejandro Sabella. Fazendo coro com as redes sociais, o irlandês David McKechnie destacou a falta de fibra do time de Felipão.
– O Brasil vinha mostrando um certo desequilíbrio emocional, que parece ter sido agravado com a lesão de Neymar – disse.
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Ele também apontou os problemas do time, como a falta de bons jogadores e uma inexplicável inoperância do meio-campo brasileiro e a falta de estratégias de jogo do técnico Luiz Felipe.
– Não se pode jogar sem meio-campo, especialmente contra a Alemanha – afirmou McKechnie.
O francês Antoine Maes sequer sabia o que dizer quando perguntado sobre o fiasco. Repórter do 20 Minutes, preocupava-se com o clima da Copa do Mundo depois de uma queda tão grande dos donos da casa, mas que, por outro lado, o momento para a derrota foi o menos pior:
– Melhor uma humilhação agora do que em uma final no Maracanã, me parece. Esse resultado é chocante até para nós, franceses.
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Irônico, o holandês Bart Smink ainda brincou, quando entrevistado depois do quinto gol: “ainda não acabou”. Mas nem ele, nem ninguém acreditava que o Brasil poderia sequer descontar um jogo tão desigual.
– Eu esperava que a Alemanha fosse ganhar, porque é melhor em todas as posições, menos nas de Neymar e Thiago Silva. Mas não dessa forma. O time claramente não aguentou a pressão, e jogar em casa piorou tudo. Foi uma combinação de uma geração ruim e de descontrole emocional – analisou o repórter da Nusport.
Ainda com a eliminação de sexta-feira na memória, o colombiano José Fernando Grajales, da televisão RCN, disse que estávamos assistindo a uma derrota da pior Seleção Brasileira que já viu. Segundo ele, nem com Neymar havia jeito de vencer a Alemanha, mas o vexame poderia ser evitado com o craque.
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– Esse Brasil não tem carisma e nem a presença que nos acostumamos a ver em campo. Só tenho a lastimar que nós, colombianos, não aproveitamos isso para ir à semifinal – alfinetou.
Ao final do jogo, Oscar marcou para o Brasil e arrancou o golpe de misericórdia dos estrangeiros: aplausos constrangidos de japoneses, alemães, um sul-africano, que miravam os repórteres brasileiros com um pouco de respeito e muita, mas muita pena.
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ZH Esportes