O laboratório do Instituto Federal (IFSC), em Itajaí, identificou seguimentos de glitter em uma ostra que chegou ao local par ser analisada duas semana após o Carnaval de 2023. De acordo com informações do g1/SC, na pesquisa que motivou a análise, microplásticos também foram encontrados em mariscos no Estado.
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O estudo faz parte da pesquisa chamada “Investigação da presença de microplásticos em moluscos de cultivo em Santa Catarina”. Ela é desenvolvida pelo instituto desde fevereiro por estudantes do curso técnico em Recursos Pesqueiros.
Três meses depois, o grupo já analisou cerca de 60 amostras dos alimentos cultivados no mar das cidades de Penha e Bombinhas, no Litoral Norte catarinense. Em todas elas, os pesquisadores encontraram ao menos um fragmento de microplástico.
— Tanto os mexilhões, que a gente chama de marisco, quanto as ostras filtram a água para tirar o alimento, que é fitoplâncton que a gente chama de microalga. A problemática é que durante o processo de degradação do plástico, essas partículas se misturam com o alimento do molusco — Explica o Coordenador da pesquisa, Thiago Pereira Alves.
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O professor ainda ressalta que a proposta do grupo é realizar análises das ostras e mexilhões em cada uma das estações do ano para sensibilizar e alertar a população sobre os riscos do consumo do microplástico. Isso ocorre porque, segundo o especialista, os animais ingerem a substância que está cada vez mais presente no oceano durante a alimentação.
Alves afirma ao g1 que a pesquisa não busca apenas contabilizar o número de fragmentos de plástico dentro das ostras e mariscos no litoral catarinense, mas também debater sobre a questão da poluição dos mares. Segundo ele, o estudo mostra que o plástico “afeta o ecossistema marinho e todos os organismos que dependem do ecossistema para se alimentar.
— O objetivo é a gente sensibilizar e alertar a população de que os nossos hábitos, nossas práticas de não dar uma destinação correta pro nosso lixo, acaba fazendo com que esses resíduos cheguem nos rios, cheguem nos mares — destaca.
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Como é feita a pesquisa
Quando chegam ao Laboratório Oficial de Análise de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros (Laqua), no Câmpus Itajaí, os moluscos são abertos e os pesquisadores retiram o trato digestivo dos animais para iniciar a análise. O material é colocado em solução alcalina por 48 horas e, após esse período, passa por um processo de filtração onde que ficam apenas os microplásticos.
Segundo a pesquisa, os resíduos têm cerca de cinquenta micrômetros e não podem ser vistos a olho nu. Os materiais têm diferentes colorações, o que leva os estudantes a suspeitar que os verdes, por exemplo, remetem ao plástico de garrafa PET. Já os pontos que parecem trançado lembram resíduos de corda de pesca ou de maricultura.
*Com informações do g1/SC
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