Após dois anos e meio sombrios, em que passou pela pior recessão da história, a economia de Santa Catarina finalmente começa a sair do buraco. Indicadores dos primeiros meses de 2017 apontam que a recuperação está chegando, embora a passos lentos. Um dos setores que demonstram essa melhora gradual é o comércio varejista. Embora no acumulado dos últimos 12 meses o resultado ainda seja negativo, houve avanço nas vendas no primeiro trimestre na comparação com o final de 2016. Em março, por exemplo, o índice ficou positivo em 1,7% na comparação com fevereiro.
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Para a professora de economia Thais Niquito, que coordena o Observatório da Esag na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a página começa a ser virada. Mas ela faz uma ressalva:
– A nossa depressão foi muito profunda, com os piores resultados de toda a série histórica. Por causa disso, a recuperação ainda é frágil. O atual estágio da economia é igual ao de um paciente saindo de uma pneumonia: se ele sair no vento, a doença pode voltar.
Segundo ela, caso as reformas trabalhista e da Previdência não sejam aprovadas, o país pode voltar a ter resultados negativos no curto prazo. Nos últimos meses, no entanto, algumas notícias têm ajudado a elevar a confiança de economistas e empresários. Em fevereiro, o índice de atividade econômica regional do Banco Central (IBC-r) registrou aumento de 1,8% na comparação com o mês anterior. Em janeiro, essa melhora havia sido ainda mais alta: 4%.
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No setor público também há sinais de melhora. Um deles é a arrecadação de tributos. Segundo o secretário-adjunto da Fazenda estadual, Renato Lacerda, o atual cenário é muito mais favorável que no mesmo período de 2016. A arrecadação cresceu 7% no primeiro quadrimestre do ano, diante de uma inflação de 4,5%.
– É um ganho real de 2,5%. Em abril do ano passado, estávamos com uma perda real maior que isso.
A partir de maio, a curva arrecadatória geralmente tem uma queda, que só deve ser revertida a partir de outubro ou novembro.
– Os números estão bons e são necessários para continuar a fazer provisões financeiras e guardar para a folha do 13o salário.
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