Estudo mostra baixa participação feminina na política da Grande Florianópolis

Nos últimos quatro anos, a Câmara de Vereadores de Florianópolis foi totalmente masculina e continuará da mesma maneira a partir de 2013. Apesar das mulheres ocuparem mais de 30% das candidaturas a vereador na Capital nas últimas eleições, nenhuma se elegeu. A situação se repete em toda região, como mostra um estudo da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

A pesquisa, feita por estudantes do programa Habilis – Ateliê de Economia e Finanças, mostra que a participação crescente das mulheres em diversas áreas da sociedade, inclusive na política, não se confirmou nas últimas eleições na região da Grande Florianópolis.

A conclusão foi baseada nos resultados tímidos da representação feminina nos pleitos dos 13 municípios que integram a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) da Grande Florianópolis, tanto no número de candidatas, quanto no de eleitas.

Nestas cidades foram registradas 40 candidaturas para o cargo de prefeito, sendo 36 homens e quatro mulheres. A participação feminina em termos totais ficou em aproximadamente 11%, mas somente uma se elegeu, Adeliana Dal Pont (PSD) em São José. Em Florianópolis, apesar de Angela Albino (PC do B) aparecer bem colocada nas pesquisas, ela não chegou ao segundo turno.

No caso das candidaturas à Câmara de Vereadores, o percentual de mulheres foi de 30,3% do total. Somente 1,1% conseguiu se eleger (3,7% do número de mulheres candidatas).

Os números são ainda mais significativos na Capital: apesar das mulheres representarem 31% do total de candidaturas, nenhuma foi eleita. Além de Florianópolis, foram eleitos somente homens em outros três municípios da região: Angelina, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara.

O predomínio masculino também aconteceu entre os vice-prefeitos: das 36 candidaturas na SDR da Grande Florianópolis, somente quatro incluíram mulheres (em Angelina, Anitápolis, Biguaçu e Rancho Queimado), nenhuma com êxito. Apesar dos resultados, a coordenadora do Programa Habilis, professora Ivoneti da Silva Ramos, destaca o crescimento das candidaturas femininas às Câmaras de Vereadores nos municípios do interior.