As pessoas que vivem em países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, e possuem automóveis, televisores e computadores em casa costumam ser mais propensas a sofrer de obesidade do que as que não dispõem dessas comodidades, alertaram cientistas nesta segunda-feira.
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Comer mais, ficar muito tempo sentado e trocar as caminhadas pelos deslocamentos de carro são as razões mais prováveis para que as pessoas que têm acesso a esses luxos modernos possam começar a ganhar peso e aumentar o risco de desenvolver doenças como a diabetes, afirmaram os cientistas.
As descobertas, publicadas no periódico Canadian Medical Journal, sugerem que é necessário tomar um cuidado extra para evitar problemas de saúde em países que estão aderindo ao estilo de vida ocidental.
– Com a aquisição crescente de comodidades da vida moderna como TVs, carros e computadores, países com populações de rendas baixa e média podem ter as mesmas taxas de obesidade e de diabetes que os países de renda alta, resultantes do sedentarismo, de atividade física menor e um consumo crescente de calorias. Isso pode ter consequências potencialmente devastadoras para a saúde social desses países – advertiu o principal autor do estudo, Scott Lear, da Universidade Simon Fraser.
A mesma relação não existia nos países desenvolvidos, sugerindo que os efeitos nocivos desses aparelhos na saúde já se refletem em taxas elevadas de obesidade e diabetes. O estudo foi realizado com cerca de 154 mil adultos de 17 países de todas as faixas de renda, dos Estados Unidos, Canadá e Suécia a China, Brasil, Irã, Índia, Bangladesh e Paquistão.
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Os televisores foram os dispositivos eletrônicos mais comuns nos países em desenvolvimento (78% dos lares tinham um), seguidos dos computadores (34%) e do carro (32%). Apenas 4% das pessoas de países em desenvolvimento tinham as três máquinas em casa, contra 83% das pessoas de países de renda elevada.
Aqueles que tinham aparelhos eletrônicos eram mais gordos e menos ativos do que aqueles que não dispunham destes dispositivos. As pessoas que tinham os três eram ao menos um terço menos ativas, permaneciam sentadas 20% mais tempo e tinham uma circunferência abdominal 9 centímetros maior do que aqueles que não tinham nenhum destes equipamentos.
A prevalência da obesidade em países em desenvolvimento aumentou de 3,4% entre aqueles sem aparelhos para 14,5% entre os que possuíam os três equipamentos. No Canadá, 25% da população é de obesos, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de 35%.
“Nossas descobertas enfatizam a importância de se limitar a quantidade de tempo gasto usando equipamentos domésticos, em reduzir o comportamento sedentário e encorajar a atividade física para prevenir a obesidade e a diabetes”, destacou o estudo.
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