Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), lançado nesta quarta-feira, defende uma união bancária completa e imediata para a zona do euro, com supervisor, regulador e mecanismos únicos de proteção e garantia para os bancos da região. De acordo com a análise, essa união seria essencial para evitar a fuga de depósitos dos bancos e garantir a estabilidade financeira da Europa.

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O diretor do Departamento Europeu do FMI e um dos responsáveis pelo estudo, Mahmood Pradhan, destacou que a união bancária é fundamental para quebrar o círculo vicioso entre o risco soberano e o custo de captação dos bancos. Foi esse fator que ajudou a provocar instabilidade na crise atual, destaca Pradhan. Com o título “Uma união bancária para a zona do euro”, o estudo teve a participação direta de sete economistas do FMI.

A necessidade de integração bancária é imediata, mas os economistas do FMI reconhecem que é um processo de longo prazo. Precisaria, por exemplo, de um sistema comum de garantia de depósitos, semelhante a um fundo garantidor de crédito, mas comum a todos os países da zona do euro.

Pradhan destaca que esse fundo daria maior credibilidade ao sistema e poderia resolver, por exemplo, problemas de solvência de bancos menores. Em dezembro de 2012, os ministros de finanças da União Europeia anunciaram a criação de um sistema único de supervisão bancária, visto pela equipe do FMI como um primeiro passo para uma união bancária, mas ainda insuficiente. O diretor do Departamento Europeu do FMI vê progressos na implantação desse mecanismo, mas que ele sozinho não resolve todos os problemas.

O estudo do FMI defende que uma união bancária total ajudaria a reduzir a fragmentação dos mercados financeiros europeus e poderia promover um alto padrão de confiança nos bancos, ajudando a reduzir distorções nacionais e mitigar a concentração de riscos que pode comprometer a credibilidade das instituições financeiras, ressalta o documento.

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