Um estudo de engenharia encomendado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), divulgado nesta quarta-feira (20), põe em dúvida a promessa do governo do Estado sobre a entrega das obras da via de acesso ao novo terminal de passageiros do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis.

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Conforme o levantamento, o ritmo atual das obras pode impedir que tudo esteja pronto até outubro deste ano, tal como afirmou o secretário de Infraestrutura, Carlos Hassler, no mês de fevereiro.

Na época, a Floripa Airport, concessionária responsável pela administração do terminal, criticou diversas vezes a demora para o término do trabalho. No entanto, dias depois, a empresa cedeu e aceitou adiar a inauguração do terminal do mês de agosto para outubro, junto com a entrega da via de acesso.

No estudo, a Fiesc aponta, principalmente, dois pontos que estão causando atraso nas obras. O primeiro é a dificuldade de transporte de algumas matérias-primas necessárias para o aterro das pistas. Atualmente, o material é retirado de uma jazida em São José, na Grande Florianópolis, e precisa viajar 27 quilômetros, no trânsito caótico da região, até ser devidamente depositado na obra.

Outro problema é em relação à construção de um novo viaduto e da intersecção nas proximidades do Estádio da Ressacada . Conforme o estudo, o trabalho nesse lote da obra ainda está em fase inicial.

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Para o presidente da Fiesc, Mário Aguiar, a possibilidade de o governo não entregar a obra preocupa a entidade, porque pode prejudicar o Estado para a realização de novos negócios.

— Essa não entrega no prazo determinado tira a credibilidade do Estado de Santa Catarina para futuras concessões e futuros negócios. Esperamos que o governo dê uma atenção especial, para que possa, no prazo determinado, concluir essa obra tão importante para Florianópolis e Santa Catarina — afirmou.

Para o CEO da Floripa Airport, Tobias Markert, o resultado do estudo da Fiesc não é uma surpresa. Entretanto, ele destaca que o governo atual herdou a obra das administrações anteriores e está se esforçando para tentar entregar tudo no prazo. Ele ainda disse que não espera que toda a obra do acesso fique pronta, mas pelo menos as pistas principais, para que seja possível chegar e sair do novo aeroporto.

— Eu acredito que é importante para o desenvolvimento de Santa Catarina que a gente possa terminar essa via o mais rápido possível e abri-la junto com o novo aeroporto — pontuou.

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Procurada, a Secretaria de Infraestrutura de Santa Catarina informou que não teve acesso ao estudo realizado pela Fiesc e que, por isso, não vai se manifestar. Sobre o ritmo das obras, a pasta disse que o trabalho está acelerado e que ainda segue considerando que vai conseguir terminar tudo até outubro.