O estudo realizado para instalação de emissários submarinos em Florianópolis foi um dos temas abordados na primeira plenária do Congresso Catarinense de Saneamento (Concasan), que segue até esta sexta-feira (1°) em Canasvieiras. Um dos projetos, apresentado pela primeira vez, trata do Norte da Ilha.
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O professor da Universidade do Paraná, Tobias Bleninger, mostrou extenso levantamento de dados, as modelagens e simulações direcionadas a avaliar a adoção dessa tecnologia na Ilha.
Os estudos foram desenvolvidos a pedido da CASAN, para avaliar as melhores soluções tecnológicas para as características oceanográficas da Ilha, além de identificar locais para a adequada dispersão do efluente.
Durante os estudos, foram avaliados diversos fatores. Entre eles, a estimativa de crescimento e ocupação populacional, infraestrutura de saneamento existente, custos de operação em terra, diferentes níveis de tratamento, interferência em outros usos da água, como pesca, maricultura e turismo. Os locais analisados para a aplicação desses emissários foram Canasvieiras, Rio Vermelho e Ingleses. Rio Vermelho foi o local escolhido por ter menos impacto ambiental e econômico.
“O que é preciso ficar muito claro é que não há uma receita pronta, uma solução padrão. É preciso estudar cada caso para que a melhor tecnologia seja escolhida”, frisou Tobias, que diversas vezes ressaltou em sua fala a importância da combinação entre tratamento do esgoto e emissário submarino para descarte final sem comprometimento de condições ambientais. Segundo o professor em entrevista à CBN Diário, a decisão vai ser tomada em conjunto com os técnicos da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Fundação do Meio-Ambiente (FATMA) e a população, para identificar a melhor opção para os próximos 30 anos. Ele ainda esclareceu que a instalação dos emissários submarinos não inutiliza a estação de tratamento no Sul da Ilha.
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“O que precisamos ter em mente é que a situação do Brasil exige uma ação rápida para o saneamento. Não podemos esperar, pois sem implantação das soluções cada vez mais o esgoto está sendo descartado sem tratamento no ambiente”, ressaltou, falando de forma geral sobre a importância do saneamento para cidades litorâneas. “O importante é que a decisão sobre qual tecnologia adotar seja tomada com base em muitos dados e estudos”, finalizou o professor que possui especialização em Hidráulica e Meio Ambiente e doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pelo Karlsruhe Institute of Technology (Alemanha).
Ouça a entrevista com o professor Tobias Bleninger e pesquisador de saneamento Menahem Libhaber: