O consumo da associação de álcool e energético tornou-se tendência entre os jovens nos últimos anos e popularizou um padrão de consumo alcoólico que consiste em se ingerir, ocasionalmente, quantidades excessivas em curtos períodos de tempo _ na balada, no bar com amigos etc. Esse tipo de consumo facilita a transição para o alcoolismo devido aos muitos prejuízos causados ao cérebro. No entanto, os pesquisadores têm dúvidas se a associação de álcool com energéticos pode aumentar ainda mais o risco de desenvolver o alcoolismo.
Continua depois da publicidade
Ratinhos beberrões
Usando um modelo de estudo em ratos de laboratório, a aluna de mestrado em Farmacologia da UFSC, Tatiane Takahashi, testou se o consumo prolongado da associação álcool e energético poderia alterar alguns comportamentos que indicam tendência ao alcoolismo. Os resultados foram surpreendentes. A associação aumentou a ingestão total de álcool, a motivação na busca por álcool e a sensibilidade aos efeitos prazerosos desta droga. A pesquisadora também observou aumento nos comportamentos de risco, como a busca pela novidade _ o aumento na busca por novidade indica maior risco de desenvolver a dependência de drogas _ e de recaída ao álcool, ou seja, maior risco de consumir grandes quantidades da droga após um período de abstinência.
Asas para o quê?
Continua depois da publicidade
Esse estudo sugere que o consumo da associação de álcool e energético de maneira exagerada pode facilitar a transição para o alcoolismo. O trabalho foi orientado pelo professor Reinaldo Naoto Takahashi, titular e decano do Departamento de Farmacologia da UFSC.