Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revisaram 181 artigos científicos que abordaram a poluição na costa Sul-Americana do Oceano Atlântico. O estudo revelou a distribuição, as características e os impactos dos detritos plásticos no mar. Além disso, examinou as políticas e iniciativas legais para combater a ameaça ambiental. A região da costa Sul-Americana é a área mais poluída entre todos os oceanos.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Segundo o mestrando Igor Marcon Belli, um dos autores do estudo, esta é a primeira análise regional que avalia tanto macro quanto microplásticos em águas costeiras, sedimentos e na fauna marinha, apontando as áreas mais afetadas e as características desses materiais. O levantamento identificou também as iniciativas, tanto legislações como aquelas não-governamentais, para combater a poluição por plástico na região.

Belli afirma que a presença de plástico nos oceanos já é uma questão ambiental crítica, conforme as principais organizações ambientais internacionais.

— Macroplásticos, que incluem itens do dia a dia como sacolas, garrafas, canudos e outros recipientes descartáveis, frequentemente acabam em ambientes marinhos devido à gestão inadequada em zonas urbanas ou como resultado de atividades no mar. Com o tempo, esses materiais podem se fragmentar em partículas menores conhecidas como microplásticos — afirma Belli.

Continua depois da publicidade

Impacto dos plásticos na fauna marinha

O estudo mostrou ainda que em sete anos (entre 2010 e 2017), tartarugas, peixes, aves e mamíferos marinhos ingeriram 10 vezes mais detritos plásticos. Quando se acumula no sistema digestivo, este material causa fome e desidratação dos animais, podendo também asfixiá-los e causar limitação dos movimentos.

A tartaruga-verde, ameaçada de extinção, é uma das espécies com maior índice de ingestão de plástico. Dos indivíduos encontrados na costa brasileira, 93% ingeriram detritos plásticos, como sacolas, que os animais podem confundir com comida.

Em média, 70% dos resíduos coletados em praias são plásticos, principalmente em praias de mais fácil acesso e mais próximas a áreas urbanas.

— Atividades de lazer podem ser responsáveis por cerca de 63,6% dos plásticos presentes, enquanto a pesca contribui com 34%. Portanto, combinar o gerenciamento de resíduos, a educação ambiental e a melhoria das infraestruturas nas praias pode reduzir a poluição por plásticos — afirma Igor Marcon Belli.

Continua depois da publicidade

Leia também

Condomínio que cercou parte da Lagoa da Conceição terá que demolir estrutura em Florianópolis

Lagoa do Peri, em Florianópolis, ganha estátua que celebra o fim da extinção do bugio-ruivo

Fotos mostram acúmulo de plásticos encontrados no estômago de tartarugas marinhas de SC

FOTOS: SC preserva espécie rara de tartaruga que era usada para fabricar joias no passado