Apresentação foi comandada pelo gerente da Agir, Daniel Antonio Narzetti, na tarde desta sexta-feira
Apresentação foi comandada pelo gerente da Agir, Daniel Antonio Narzetti, na tarde desta sexta-feira (Foto: Patrick Rodrigues / Jornal de Santa Catarina)

Chegou ao fim nesta sexta-feira o trabalho da comissão especial criada pela Agência Intermunicipal de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos Municipais do Médio Vale do Itajaí (Agir) para avaliação e sugestão de mudanças no transporte público de Blumenau. O resultado final dos quatro meses de trabalho trouxe uma notícia que pode alegrar os usuários de ônibus na cidade. Segundo o documento, com as mudanças propostas é possível reduzir o valor da tarifa do serviço em R$ 0,09.

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O desconto, porém, não deve vir agora. Isso porque a recomendação da comissão é que se aguarde o fim do ano, quando é feito o reajuste anual, e daí então se desconte o valor apontado nos estudos. Os R$ 0,09 são resultado de readequações de linhas, redução de frota operante e também da aquisição de ônibus com potência menor, mas que, segundo o gerente de Controle, Regulação e Fiscalização de Transporte Coletivo da Agir, Daniel Antonio Narzetti, não impactam na prestação do serviço.

Conforme a explicação, com a readequação de algumas linhas – com trajetos revistos e horários remanejados -, foi possível reduzir em 32.196 quilômetros ao mês o percurso, o que tem impacto direto no cálculo da passagem, considerando que quanto mais passageiros dentro dos ônibus e menos quilômetros rodados mais equilibrado fica o valor do embarque.

– A comissão entende que é preciso fazer um sistema de gestão dos itinerários para que se tenha eficiência na prestação do serviço e que esse serviço não fique de certa maneira vagando por aí vazio, o que só traz prejuízos – afirmou Narzetti.

A conta feita pela comissão leva em consideração ainda a redução de veículos reservas, de 20 para 15, e de operação, de 226 para 223. A compra de carros com menor potência, saindo dos 200 cavalos para 180 cavalos, é outro fator impactante na conta, uma vez que a diferença no valor de aquisição por veículo é de R$ 18 mil.

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– Estes veículos podem ser comprados com valor mais baixo, têm menor consumo de combustível e cumprem a mesma função – explicou Narzetti, ao lembrar que os ônibus mais recentes que chegaram ao município têm essa especificação.

Futuras mudanças

A comissão apresentou também futuras linhas que podem passar por mudanças, semelhantes às feitas no primeiro semestre deste ano. A linha 17 – Rua das Missões pode absorver em algum momento parte da 607 – Nova Esperança. O mesmo é possível com as linhas 703 – Ribeirão Branco e 903 – Eça de Queiroz, além de 303 – Franz Muller e 305 – Hermann Kratz. A linha 401 – Emílio Tallmann pode ter o trajeto revisto. As alterações teriam impacto na redução de quilômetros rodados e pouca diferença para o usuário, defende o relatório. De acordo com um representante do Seterb que esteve presente no evento, muitas vezes um ônibus vem atrás do outro, mas percorrendo em partes o mesmo trajeto, o que poderia ser otimizado.

Como prerrogativa para a mudança está o resultado obtido nas alterações anteriores, em que além da queda na quilometragem também houve aumento no número de usuários. Entretanto, nas recomendações finais do documento, a comissão alertou para o fluxo de passageiros aos fins de semana, quando há queda expressiva, o que gera um custo alto ao sistema de transporte coletivo. Para os integrantes do estudo, é necessário reavaliar os horários praticados aos sábados e domingos.

Apontamentos da comissão

Entre as indicações do grupo que avaliou o transporte público de Blumenau está a revisão da legislação municipal referente ao tema. Conforme o grupo, a medida é necessária em virtude das divergências presentes em cada documento. A criação da tarifa embarcada é outra possibilidade que se propõe avaliação: a ideia é privilegiar o usuário que tem cartão magnético, o que dá mais agilidade no embarque. Uma comissão interna da Agir estuda um modelo viável para a cidade e a expectativa é que seja entregue antes da revisão do valor da passagem no fim do ano, o que poderia refletir ainda mais no custo da tarifa.

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As gratuidades também entraram na lista de considerações. A comissão recomenda a prefeitura que reveja o modelo. A ideia não seria acabar, mas tornar o processo mais criterioso. Atualmente, somente o benefício concedido aos estudantes tem um impacto de R$ 0,07 centavos na tarifa. A figura dos cobradores não ficou de fora do debate e se sugere fazer testes em algumas linhas sem a figura do profissional. Assim como a gratuidade, a proposta não é extingui-los, mas considerar que há linhas em que não seria necessária a presença do trabalhador.

Próximas fases

Apresentado o relatório final da comissão, o documento segue agora para aprovação de um comitê interno da Agir. Assim que receber o parecer favorável, algo que deve acontecer no dia 2 de julho, quando o comitê se reúne, será aberta uma consulta pública on-line. Nela a comunidade poderá tirar dúvidas e fazer apontamentos em relação aos resultados do estudado feito ao longo dos últimos quatro meses.

Na sequência será feita uma audiência pública. A expectativa é que todo o processo seja finalizado dentro de 60 dias.

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