Buracos, pavimentos trincados e centenas de quilômetros intrasitáveis. Essa é a atual situação das rodovias estaduais que cortam o Oeste de Santa Catarina, segundo um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) divulgado nesta quarta-feira (7). 

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Ao todo, foi analisada a situação de 1.265 km de estradas que cortam as regiões Oeste, Extremo-Oeste e Contestado. Entre os problemas encontrados, há pavimentos trincados, desagregados, pista com afundamento e recalques, buracos e o deslocamento de microrrevestimento no asfalto.

Ou seja, a conclusão é que, em muitos trechos, manutenções paliativas, como as operações tapa-buracos, já não são mais suficientes para garantir a preservação da rodovia. Um exemplo é na SC-120, na região de Lebon Régis, onde foi constatado um buraco que se abriu próximo a um espaço onde um “remendo” já havia sido realizado na pista. 

Imagem mostra buraco na pista próximo a remendo feito em rodovia
Imagem mostra buraco na pista próximo a remendo feito em rodovia (Foto: Ricardo Saporiti )

Durante a apresentação do estudo, o presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, alegou que é preciso um planejamento e investimento para a manutenção das rodovias.

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— São regiões com grande pujança econômica, mas as condições da infraestrutura são um desafio. É bastante oportuno apresentarmos hoje essa análise das rodovias estaduais, mas há problemas conhecidos de todos também em BRs como a 282, 163 e 158. Enfim, as rodovias que cortam essas regiões têm problemas com a qualidade do pavimento e com o excesso de tráfego — afirmou.

Entre as obras necessárias na região, segundo o levantamento, estão o reforço de base, fresagem da capa asfáltica, microrrevestimento, recuperação de pontes, além da melhora na sinalização, segundo o estudo.

Confira os trechos mais críticos: 

– SC- 283: Segmentos Concórdia/ Arabutã/ Seara/ Arvoredo/ Chapecó
– SC- 283: Segmento Águas da Prata/ Palmitos/ Caibi/ Riqueza
– SC- 305: Segmento Campo- Erê/ São Lourenço do Oeste
– SC- 155: Segmento Xavantina/ Seara
– SC- 155: Segmento de Abelardo Luz/ Divisa com o PR
– SC- 480: Segmento do Contorno de Xanxerê e até Bom Jesus
– SC- 161: Segmento de Anchieta/ Palma Sola/ Divisa PR
– SC- 160: Segmento Bom Jesus do Oeste/ Serra Alta/ Modelo/ BR-282
– SC- 163: Segmento Descanso/ Iporã do Oeste (necessitando 3ª faixa)
– SC- 452: Segmento Monte Carlo/ Liberata
– SC- 120: Segmento Lebon Régis/ Marombas/ Curitibanos
– SC- 350: Segmentos Santa Cecília/ Lebon Régis e Caçador/ Taquara Verde/ BR-153/SC
– SC- 135: Segmento São Miguel da Serra/ Matos Costa/ Calmon/ Caçador
– SC- 465: Segmento Macieira/ Rodovia SC-350 (Taquara Verde)
– SC- 150: Segmento Herciliópolis (BR-153) / Água Doce

Estudo aponta uma série de investimentos necessários as rodovias
Estudo aponta uma série de investimentos necessários as rodovias (Foto: Ricardo Saporiti )

Cerca de R$ 210 milhões são necessários para manutenção das rodovias 

O estudo diz, ainda, que é necessário um investimento de cerca de R$ 210 milhões por ano para manter a malha estadual em boas condições. O valo representa 1% do patrimônio rodoviário catarinense, avaliado em R$ 21 bilhões. Ao todo, o Estado tem aproximadamente 6 mil km de rodovias estaduais. 

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A falta de manutenção, ressalta a Fiesc, também impacta diretamente na vida dos motoristas. Estudos do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apontaram que o mau estado de conservação da rede viária resulta em até 58% de acréscimo no consumo de combustível, 40% de aumento no custo operacional dos veículos (como pneus e parte mecânica), 50% no risco de acidentes e 100% no acréscimo de tempo de viagem. 

Em junho, o governo catarinense anunciou que investiu R$ 93 milhões na recuperação e restauração de rodovias estaduais, desde o início da atual gestão. Um valor de aproximadamente R$ 37,2 milhões por ano, muito abaixo do recomendado, segundo a federação. 

Durante o encontro, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira, explicou que o Programa Novos Rumos prevê obras em muitos trechos. Mas, ele salientou que há rodovias que têm 30 anos de pavimentação e a melhor solução seria a sua restauração completa, o que seria necessário um projeto. 

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