O ano começou com melhores expectativas para quem está à procura de um emprego em Joinville. Os novos investimentos que estão chegando podem alimentar um crescimento mais acelerado no nível de emprego na cidade.

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A Associação Brasileira de Recursos Humanos em Santa Catarina (ABRH-SC) projeta uma expansão de 5% neste ano no nível de emprego em Joinville. É um crescimento superior às projeções de expansão da economia brasileira para 2013, que eram de 3,19% na semana passada, segundo o Banco Central (BC).

A expansão de 5% pode significar a criação de 9.170 novas oportunidades de trabalho, ou quase três vezes maior ao de 2012. É um número bem próximo ao resultado registrado há dois anos.

Na sexta-feira, havia 7 mil vagas disponíveis nas agências de recrutamento e seleção da cidade. Segundo o vice-presidente da ABRH-SC, Pedro Pereira.; 80% delas estão na área operacional.

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O dirigente diz que esses dados refletiram o menor crescimento econômico no ano passado – projetado em 1%, o menor desde 2009. Ele destaca que muitos trabalhadores não se colocaram à disposição do mercado na maior cidade do Estado.

– Uma parcela tem preferido receber o seguro-desemprego e a outra tem conseguido uma colocação em empresas nas cidades vizinhas a Joinville, devido aos novos empreendimentos na região -, afirma.

Na RH Brasil, uma das maiores agências de recursos humanos da cidade, o ano começou bem. O gerente de recrutamento e seleção. Joanir Schadeck, diz que janeiro está bem mais aquecido do que o mesmo mês do ano passado. Ele estima um crescimento de 5%.

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Neste mês, foram realizadas mais de mil contratações por meio da agência. Entre elas, a de Cleide Aparecida Farias dos Santos, de 35 anos. Com dois filhos, ela volta ao mercado de trabalho após nove anos dedicada a cuidar da família. Cleide e sua amiga Gisele Adriane Riquetto, 31, vão ocupar duas das vagas abertas para operador de produção na empresa Whirlpool Latin America. Gisele conseguiu a vaga em sua primeira tentativa.

Atento para não perder sua vez, Angelo da Costa saiu de casa, no bairro Nova Brasília, decidido a arrumar um emprego. “Em qualquer área”, afirmou o jovem de 17 anos, que vê a necessidade financeira bater à porta e espera, especialmente, ajudar a mãe aposentada.

Desafio das empresas é reter funcionários

As expectativas para expansão no nível de emprego em Joinville são grandes, mas há uma preocupação na cabeça dos executivos: como reter os funcionários sem comprometer a competitividade. Segundo Pedro Pereira, da ABRH-SC, um trabalhador chega a passar por três empresas em um ano.

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– O turnover está chegando a um patamar preocupante, de 5% a 7% -, constata.

Para discutir a rotatividade da mão de obra operacional em Joinville e região, a entidade vai realizar um fórum com a participação de várias empresas na última semana de fevereiro.

Diante da alta rotatividade, há carência para funções como a de auxiliar de produção, zelador, operador de máquina, serviços de hotelaria (cozinheiro, garçom, auxiliar de cozinha), farmacêutico e costureiro.

Quando não encontram ou não conseguem reter o profissional, muitas empresas optam pela terceirização. É o que a ABRH verifica nas funções de zelador, costureiro e ferramenteiro.

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– Para o mercado isto é bom porque incentiva o empreendedorismo -, diz Pereira.

Segundo Joanir Schadeck, da RH Brasil, a diferença salarial entre uma e outra empresa não chega a ser significativa.

– O que pesa para o trabalhador, é o plano de benefícios, ter ou não revezamento e, principalmente, a proximidade de casa.

Isto explica o que a ABRH já constatou. Moradores de Joinville buscam oportunidade de trabalho em cidades vizinhas.

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– O deslocamento influencia muito. A cidade de Araquari, por exemplo, cresceu muito nos últimos anos. Para quem mora no Sul de Joinville, é mais perto trabalhar lá do que no Norte do município -, afirma Schadeck.

Quem também está atraindo a mão de obra tradicional das indústrias, segundo Schadeck, é a área de serviços.