A greve de professores na rede estadual de ensino chegou ao segundo dia e já afeta estudantes em Joinville. Os dados divulgados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) divergem dos números levantados até agora pela Coordenadoria Regional de Educação.
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Representantes dos professores citam ao menos 280 adesões ao movimento, enquanto a prévia do governo estima que cerca de 150 professores paralisaram os trabalhos nesta quarta-feira (24), segundo dia de greve.
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Em Joinville, uma das unidades mais afetadas foi a Escola de Educação Básica Professora Maria Amin Ghanem, no bairro Aventureiro. De 116 professores que integram o quadro de funcionários da escola, 24 decidiram aderir à greve durante a terça-feira (23), o que representa um desfalque de 20,7% dos educadores na unidade. A reportagem da Rádio CBN Joinville apurou junto a direção da escola que no decorrer da terça, turmas inteiras foram dispensadas das aulas por conta da falta de professores.
Em casos pontuais, uma professora orientadora de convivência auxiliou os estudantes substituindo os professores faltantes e distribuindo outras atividades. Na manhã desta quarta-feira, estudantes de ao menos duas turmas de 6º e 7º ano também foram dispensados por falta de docentes.
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Situação é similar em outras unidades
Na Escola Profª Antônia Alpaídes Cardoso dos Santos, no bairro Nova Brasília, também houve mobilização de professores grevistas. Segundo os sindicalistas, ao menos 24 docentes aderiram ao movimento na terça-feira, chegando a 30 professores nesta quarta, mais de 27% do quadro da escola, que conta com cerca de 110 educadores.
Na Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos, no bairro Bucarein, foram notificadas 13 faltas de professores em um quadro de 121 profissionais, cerca de 10,7% para o primeiro dia. Os dados levantados pela Secretaria de Educação também apontaram ao menos 7 professores faltantes na Escola de Educação Básica Presidente Médici, representando 10% do quadro educacional.
Terceiro dia deve registrar maior impacto nas aulas
Até agora, apenas turmas a partir do quinto ano foram impactadas com a falta de professores e dispensa de aulas em Joinville. Como a partir deste período cada professor é responsável por lecionar uma só disciplina, auxiliares ficam encarregados de preencher os horários para evitar a dispensa dos estudantes. No entanto, a tensão da greve pode aumentar nesta quinta-feira. Para o terceiro dia de paralisação, o sindicato está organizando um protesto para a escola Antônia Alpaídes, que inclui a adesão de professores das turmas iniciais. Com isso, crianças de até 10 anos devem ficar sem um responsável por lecionar as aulas e, pela idade, não podem ser dispensadas como os adolescentes. A estratégia visa atingir a rotina dos pais e responsáveis, que precisariam buscar os alunos na escola, com o objetivo apelar à comunidade escolar para pressionar os representantes do governo nas negociações.
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No estado, de acordo com o Sinte-SC, há paralisações em todos os 1.064 colégios administrados pelo governo catarinense. Segundo o sindicato, entre professores e profissionais de setores administrativos, há 43.766 trabalhadores contratados, que atendem mais de meio milhão de estudantes. Desses trabalhadores, cerca de 32 mil são empregados em caráter temporário, os chamados ACTs.
O que diz o Governo do Estado
Em entrevista coletiva concedida no final da tarde de terça-feira (23), o secretário de Administração de Santa Catarina, Vânio Boing, afirmou que a descompactação da tabela salarial, principal reivindicação do magistério, causaria um acréscimo de R$ 4,5 bilhões na folha de pagamento do Estado.
— Isso é insuportável pela lei de responsabilidade fiscal, visto que já estamos no limite — afirmou o secretário.
Segundo o sindicato, cerca de 30% do magistério do Estado aderiu à greve, que iniciou nesta terça. Já o Estado não fala em números, primeiro porque a maior parte dos servidores atua no ensino médio, cujas aulas são à noite, e também porque, segundo o secretário, “esperamos que isso se encerre amanhã [quarta-feira (24)]”.
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