A paralisação das atividades no Restaurante Universitário (RU) da UFSC em Florianópolis motivou protesto na manhã desta terça-feira. A manifestação reuniu dezenas de estudantes. Em frente ao RU, eles pediram a continuidade do serviço. Na noite desta segunda-feira, enquanto era servida a janta, servidores entregaram material informando sobre a greve da categoria, que teve início há uma semana. De acordo com a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Beatriz Paiva, o assunto será discutido nesta quarta-feira.

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– Vamos nos reunir com a reitora, no hall da reitoria, ao meio-dia – garantiu.

Após a informação de que o RU de que os servidores do RU cruzariam os braços, estudantes criaram uma página no Facebook para reunir integrantes no protesto. Das mais de seis mil pessoas convidadas, em torno de 1,2 mil confirmaram a presença. Nesta manhã, no entanto, apenas algumas dezenas de pessoas compareceram.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis diz que não houve tumulto.

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– Foi mesmo uma troca de ideias, algumas com mais veemência, mas nada além disso. Foi um protesto normal – avaliou Beatriz.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc), os trabalhadores do RU decidiram pela paralisação após uma assembleia. Não há previsão de quando o serviço será retomado.

O campus de Araranguá também decidiu paralisar as atividades. Além da biblioteca e do Departamento de Administração Escolar (DAE), estão fechados desde segunda-feira o almoxarifado central e a Prefeitura Universitária (PU). De acordo com a assessoria de imprensa da UFSC, estão sendo analisadas medidas para garantir o abastecimento de itens de higiene e limpeza.

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Está agendada para esta terça-feira, às 19h, o Fórum Catarinense de Saúde Pública no Hospital Universitário. Segundo o Sintufsc, no evento será discutida possibilidade de privatização do Hospital Universitário (HU).

Os professores da UFSC discutem sobre a greve na quarta-feira, às 14h, no Centro Tecnológico. Segundo o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc), na assembleia serão debatidas as formas de adesão. Quinta-feira, o Apufsc espalhará urnas de votação nos campi de Florianópolis, Araranguá, Curitibanos e Joinville.

O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) começou nesta segunda-feira a paralisação. De acordo com Marival Coan, coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), durante o dia teve reunião do comando de greve. Segundo ele, a maior adesão foi nas unidades da Grande Florianópolis.

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Os servidores discutem agora o calendário para a mobilização nos campi de Criciúma e Urupema. Para Coan, o fato de o governo federal ter cancelado a reunião desta terça-feira com os sindicatos dos professores universitários para discutir a greve dá mais força ao movimento.

Reunião entre governo e professores federais foi cancelada

Segundo a presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa, a atitude de desmarcar a reunião demonstra a incapacidade do governo em lidar com o conflito. A data tinha sido marcada na terça-feira da semana passada, no último encontro entre representantes do governo e dos professores.

Segundo técnicos do governo, antes de apresentar uma proposta definitiva, é preciso haver um encontro entre a membros da junta econômica do governo, que inclui a Casa Civil e os Ministérios do Planejamento e da Fazenda. No entanto, a reunião ainda não ocorreu.

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De acordo com os técnicos, trata-se de uma questão indefinida, e não é possível fazer uma reunião antes dessa conversa. A previsão é que a reunião ocorra na próxima semana, mas ainda não há data, nem horário definidos.