Se você já encarou um ou mais anos de tentativas de ingresso na universidade, sabe como é amargo o gosto de não encontrar o próprio nome entre os aprovados. No entanto, tudo tem um lado positivo. Aproveite a experiência para se fortalecer e para se questionar: Você quer esse curso de verdade? Depois, averigue o porquê de optar por essa faculdade especificamente.
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Como conta a psicóloga, pedagoga e orientadora educacional Tahiana Brittes, o estudante deve conferir se realmente está escolhendo a área por ter aptidão. A empolgação pelo glamour de uma profissão, a imposição dos pais ou até a vontade de continuar em casa, na vida de estudante de ensino médio, podem acabar te induzindo a quebrar a cabeça várias vezes. O ideal, então, é procurar ajuda profissional.
Pode ser até que você fique mais feliz enxergando outras possibilidades além desses cursos com zilhões de candidatos por vaga. O momento pode ser de repensar o futuro também para os que não têm condições financeiras de continuar se dedicando aos livros.
– Algumas pessoas vão precisar trabalhar e terão que começar outras coisas para só depois apostarem na área que desejam – conta Tahiana.
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Nesse caso, não seria uma desistência, mas um adiamento da realização dos sonhos. Já para quem tem certeza da carreira em que aposta e ainda conta com suporte nas finanças, a coordenadora-geral do Curso e Colégio Tendência, de Florianópolis, Sheila Nascimento, recomenda que o aluno acredite no próprio potencial e no quanto estudou. Na UFSC, a maior parte dos aprovados ainda é de recém-egressos do ensino médio, representando 53% dos aprovados no Vestibular 2012.
Mas a porcentagem de aprovação aumenta entre os inscritos que estão prestando as provas há mais tempo. Os candidatos que tinham prestado a prova duas vezes em 2011 eram 8,14% dos inscritos, mas respondiam por 10,85% entre os aprovados.
– O conteúdo estará mais fixado em um aluno que está estudando há dois anos ou mais. Ele será um concorrente mais forte – reforça Sheila.
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Quem segue na disputa pela vaga, então, não pode perder de vista duas lições principais: acreditar em si e estudar bastante.
Persistência de campeã
Alessandra Veiga Campos, 35 anos, sabia que iria entrar no curso de Medicina de alguma universidade federal. Sabia tanto que não desistiu das provas quando a avó faleceu, quando teve que ajudar na confeitaria da família e nem depois de ver o nome fora da lista de aprovados por sete anos seguidos.
Só hesitou quando a mãe faleceu às vésperas do último processo seletivo da UFSC. A família, então, que apoiou em tudo o que pode, insistiu para que ela fosse fazer as provas. O listão do início deste ano comprovou que eles estavam certos na persistência.
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– Passei na UFSC. Nem eu esperava tanto, achei que seria chamada em outras universidades – conta.
Alessandra é formada em Nutrição e desenvolvia a pesquisa de mestrado na área quando percebeu que estava fascinada por Medicina. A partir de 2004, entregou-se à rotina de estudos, apostando em cursinhos pré-vestibulares e em cursos de disciplinas específicas. Alessandra percebia que estava evoluindo na pontuação a cada novo processo seletivo.
O ano passado foi de de muito trabalho, já que a estudante teve que ajudar o pai na confeitaria. Nos períodos livres, frequentava as aulas no cursinho pré-vestibular do COC, do Centro da Capital, e estudava em casa. As duas perdas, da avó e da mãe, abalaram a estudante nesse caminho pela vaga, mas não fizeram com que ela deixasse de acreditar que seria universitária de novo. As palavras de incentivo em casa sempre contribuíram para ela manter o fôlego.
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Quando se conformava em estudar em uma federal de outro Estado, pela pontuação do Enem, Alessandra se deparou com o próprio nome entre os aprovados no curso mais concorrido da UFSC. Com a conquista garantida, ela diz que os esforços valeram a pena.
– Agora vou cursar o que quero, fazendo o que gosto – afirma.
Quase no listão
A cada processo seletivo, Thais de Souza, 23 anos, se sente mais próxima da conquista pela vaga em Medicina, na UFSC. É isso que a motiva a continuar se dedicando aos livros, após cinco anos de tentativas.
– Todo ano, chego mais perto de ser aprovada, tenho dó de desistir e não ser feliz em outra coisa – reforça a estudante de Florianópolis.
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No tempo em que passou por cursinhos pré-vestibulares, já garantiu a vaga em Engenharia do Petróleo, em Fisioterapia, em Medicina Veterinária na Udesc e até em Medicina em uma universidade particular. Mas faltou o sonhado lugar na Federal. Neste ano, Thais resolveu estudar em casa, corrigindo as pequenas falhas.
Ela pretende aprofundar mais nas disciplinas e investir na administração do tempo na resolução dos exercícios. Claro que, mesmo tão determinada, há dias em que o desânimo bate.
– O tempo passa e a gente pensa “meus colegas já estão trabalhando e eu aqui estudando” – conta.
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Mas Thais afugenta esses pensamentos se imaginando como médica e abastecendo-se com confiança.
– Agora, falta pouco – resume.
Fica a dica
Quando a aprovação não vem
l Lembre-se de que você pode não ter sido aprovado em função do alto nível dos candidatos. Não se culpe por isso.
l A ansiedade costuma ser inimiga dos vestibulandos. Busque atividades no dia a dia para combatê-la.
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l Se necessário, procure ajuda de um psicólogo. O profissional pode ajudar a conferir se o que tem te atrapalhado é só ansiedade pelas provas ou se problemas pessoais estão desviando o seu foco.
l Quem não puder seguir tentando o vestibular por questões financeiras pode procurar áreas parecidas ou mesmo investir em um curso técnico, por exemplo. Mas não desista de tentar o curso dos seus sonhos e fuja daquele pensamento do “se eu tivesse feito”. Quando seguir no mesmo curso
l Se você tem a convicção de que está apostando na área certa, invista, mesmo se a concorrência for grande.
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l Caso você ainda tenha dúvidas sobre o curso, repense sobre os seus planos futuros. A orientação profissional pode ajudar.
l Acredite no seu potencial.
l Avalie se o seu método de estudo é o melhor, como está sua rotina. Adequações são sempre necessárias.
l Como bom vestibulando, aposte na dedicação e na disciplina
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Fonte: Psicóloga, pedagoga e orientadora educacional Tahiana Brittes e coordenadora-geral do Curso e Colégio Tendência, Sheila Nascimento