O anúncio de um processo seletivo sem provas presenciais para ingresso na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) gerou críticas de estudantes. A principal queixa é o fato de a instituição ter levantado a possibilidade de realização de provas em setembro. A lista de livros obrigatórios e o conteúdo programático do possível exame também foram divulgados. A decisão final, contudo, dependia da avaliação de um comitê epidemiológico.
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O edital com mais de 2 mil vagas foi publicado pela universidade na segunda-feira (12). Os estudantes poderão concorrer usando notas do Enem (2017, 2018, 2019 e 2020) ou dos cinco últimos vestibulares presenciais da UFSC. As inscrições começam na sexta-feira (16) e se estendem até o dia 6 de agosto.
Nas redes sociais, o anúncio foi alvo de críticas de estudantes que se preparavam para uma prova presencial. Vinicius Stein Zandonai, 19 anos, conta que levou um susto com a decisão pelo processo sem provas presenciais. Essa seria a primeira vez que ele faria o vestibular da universidade para o curso de Medicina.
– Durante todo o ano eu estudei para a UFSC, resolvendo prova antiga deles. Quando chegou próximo ao processo eles falam que seria pelo Enem. Foi um susto – conta o estudante.
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A possibilidade da realização de um vestibular presencial foi divulgada pela universidade em abril após aval da Câmara de Graduação. A proposta tinha mudanças em relação aos concursos anteriores. Uma das principais alterações era a redução das provas de três para dois dias.
Ainda em abril, a UFSC informou que a decisão final seria divulgada no início de julho. A presidente da Coperve, Maria José Baldessar, explica que submeteu o planejamento do processo seletivo para o comitê formado por cinco epidemiologistas da universidade.
– O parecer do comitê diz que mesmo que nós estejamos numa situação de estabilidade (em relação à pandemia), isso não significa que nós temos segurança para a realização de um vestibular – conta.
Ela diz ainda que além dos estudantes que fariam a prova, mais pessoas teriam de ser envolvidas no processo para a realização do vestibular.
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– Quando o vestibulando vem fazer a prova não é só ele na sala. Tem todo o apoio logístico que a gente tem que ofertar, seja de segurança, limpeza, conservação e comunicação dentro das sala de aula […] A gente avalia que em um vestibular que teríamos em torno de 20 mil candidatos, nós estaríamos fazendo um movimento com o triplo de pessoas – pontua.
A possibilidade de um vestibular presencial é avaliada pela Coperve para o ano que vem. As provas estão previstas para fevereiro em formato diferente, com dois dias de exame. A confirmação depende do cenário da pandemia.
Polêmica no concurso anterior
Outra questão que tem preocupado estudantes são as vagas que teriam sobrado do processo seletivo do anterior. A vestibulanda de Medicina, Júlia Pires, 21 anos, reclama do preenchimento de vagas no último semestre — que também não teve provas presenciais. Um balanço feito pela estudante em parceria com seus colegas indica que as matrículas ofertadas não foram preenchidas em sua totalidade.
Pelo levantamento, há vagas para os cursos de Medicina em Florianópolis e Araranguá.
– As vagas não estão sendo preenchidas e eles resolveram fazer o mesmo processo seletivo sendo que as vagas já estão sobrando da outra vez – reclama.
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Com um grupo de colegas, Júlia contou ter procurado a UFSC por e-mail relatando sobre a possível sobra de vagas. A resposta aos questionamentos não foi esclarecedora, diz a aluna:
– A gente fez a denúncia pelos e-mails da universidade, mas é basicamente a mesma coisa que não mandar. Um setor encaminha para o outro e ninguém te responde realmente.
Em nota, o diretor do Departamento de Administração Escolar da UFSC, Cesar Trindade Neves, informou que o processo seletivo para o primeiro semestre contou com a matrícula on-line e documental dos alunos classificados na primeira chamada e nas três subsequentes.
“Em muitos cursos após essas chamadas, foram convocados mais de quatro vezes o número de vagas disponíveis, para que pudéssemos matricular o maior número possível de alunos”, escreveu.
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Neves explica haver um período-limite em que não se pode mais chamar novos alunos, pois nenhum estudante pode faltar mais que 25% do semestre. Assim, as vagas que não são preenchidas por todas as chamadas ficam disponíveis para novos editais, no processo seletivo de Transferências e Retornos.
Ele esclarece também que em 2021, por determinação do Conselho Universitário da UFSC, os processos seletivos passaram a ser semestrais e independentes, com vagas oferecidas para um semestre por vez.
“O procedimento é diferente dos vestibulares anteriores da UFSC, em que se disponibilizava o total anual de vagas, distribuído em ambos os semestres, e por isso, havia um número muito maior de chamadas”, disse em nota.
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