Milhares de estudantes chilenos protestavam nesta quinta-feira pelo centro de Santiago na primeira marcha estudantil sob o governo de Michelle Bachelet, desconfiados com a reforma educacional prometida pela presidente.
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O protesto, convocado por confederações de estudantes universitários e de ensino médio, partiu da praça Itália, no centro de Santiago, com 23 mil pessoas, segundo a polícia, e mais de 80 mil, de acordo com os organizadores.
– Voltar às ruas nos deixa felizes, não vamos parar até que nossas demandas sejam ouvidas, não importa quem esteja no governo – declarou Claudia, uma das participantes.
Repetindo os mesmos slogans dos últimos três anos pedindo uma educação pública gratuita e de qualidade, estudantes de ensino médio de uniforme e universitários marchavam pacificamente ao ritmo de tambores com cartazes pedindo uma mudança no sistema.
Trata-se do primeiro protesto estudantil sob o governo de Bachelet, realizado em meio à desconfiança dos estudantes pela reforma educacional que a presidente pretende implementar, e que promete acabar com o lucro e a seleção escolar.
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Segundo os líderes estudantis – que já se reuniram com o ministro da Educação -, os poucos detalhes conhecidos da reforma não deixam claro se resolverão suas demandas de gratuidade e qualidade na educação.
“O governo não foi claro, sua reforma ainda é desconhecida para nós, ficamos desconfiados que não exista clareza”, declarou Oscar Soto, aluno da Universidade do Chile, que participa do protesto.
Os estudantes voltaram a marchar em frente ao Palácio de La Moneda, dois anos após o ex-presidente de direita Sebastián Piñera proibir a passagem dos protestos em frente à casa de governo.
A última manifestação dos estudantes ocorreu no dia 5 de setembro do ano passado, sob o governo de Piñera.
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*AFP