Qual o resultado da soma dos números de 1 a 100?

No final do século 18, em vez de repetir o cálculo para cada número, o alemão Carl Friedrich Gauss criou as bases da progressão aritmética ao solucionar o problema percebendo que a soma dos números em extremos opostos daria o mesmo valor (1+100, 2+99, 3+98? 50+51 = 101). Então a conta final seria 50 vezes o número 101, resultando em 5.050.

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A história sobre Gauss, que se tornaria um dos maiores matemáticos da humanidade, segue como um bom exemplo de que a ciência pode não ser tão exata quanto parece. Para estimular essa criatividade em alunos dos ensinos fundamental e médio, as olimpíadas de matemática foram criadas no começo em 1959 na Hungria e depois se espalharam pelo mundo, até chegar no Brasil na década de 1970.

– A questão de olimpíada não procura a aplicação de uma fórmula, mas sim que o aluno raciocine como pode solucionar o problema. Isso faz com que o desenvolvimento do aprendizado deles melhore não apenas em matemática, mas em outras disciplinas também – explica o professor do Departamento de Matemática da UFSC, José Luiz Pinho, que também é representante regional da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e coordena um curso básico para alunos de escolhas públicas e privadas que pretendem começar a fazer as provas.

Além da OBM, alunos de escolas públicas ainda podem fazer os testes da Olímpiada Brasileira das Escolas Públicas (OBMEP). Neste ano, foram mais de 10 mil alunos catarinenses inscritos para a primeira etapa, que ocorreu em maio. Para o representante da OBMEP em Santa Catarina e também professor de matemática da UFSC, Lício Hernanes Bezerra, o número de participantes ainda é baixo, mas está crescendo.

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– Há uma tendência em valorizar esse tipo de prova. Por exemplo, muitas universidades estrangeiras oferecem vagas para brasileiros que participam do programa Ciência Sem Fronteiras e que já tenham conquistado medalhas. E isso não acontece apenas para alunos de bacharelado em matemática, mas também em outras áreas como direito e medicina – informa o professor Lício.

Estimulando o raciocínio

Primeiro brasileiro a ganhar a medalha Fields, honraria reconhecida como um Nobel da matemática, Artur Ávila começou fazendo provas de olimpíadas de matemática ainda no ensino médio e hoje serve de exemplo para muitos alunos. No entanto, o objetivo das aulas de preparação organizadas duas vezes por semana no departamento de matemática da UFSC vai além de encontrar um novo Artur.

– A primeira reação dos estudantes é largar o lápis e dizer que a questão é muito difícil e não vão conseguir fazer nada. Depois que a gente vai repassando algumas técnicas, eles aprendem que não é tão impossível assim – conta Daniella Losso, que faz parte do grupos de alunos da graduação do curso de Matemática da UFSC que colaboram nas aulas para estudantes do ensino médio que pretendem fazer a OBM e OBMEP.

Acostumado a tirar boas notas na escola, Victor Duarte, 14, aluno do 9º ano do Colégio Catarinense, se surpreendeu com os novos tipos de questões quando se deparou com uma prova de olimpíada no ano passado. Após algumas aulas do treinamento oferecido na UFSC, ele conseguiu chegar na segunda etapa da olimpíada. Este ano ele se prepara para tentar um objetivo ainda maior: conseguir uma medalha.

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– Perguntaram na minha escola se eu queria participar e aceitei. No começo não era muito bom nesse tipo de questão, mas depois fui melhorando. Na olimpíada encontramos problemas interessantes e isso é mais estimulante – afirma Victor.

Como participar?

As inscrições para as provas de olimpíada para os níveis 1 (6º e 7º ano), 2 (8º e 9º anos) e 3 (ensino médio) normalmente começam em fevereiro. As etapas são realizadas de maio a outubro. Municípios como Criciúma, Joinville e Tubarão chegam a fazer solenidade de premiação para alunos que ganham medalhas. Para participar, a instituição de ensino ou o aluno podem entrar em o contato dos organizadores estaduais das olimpíadas.

OBM

1- Florianópolis:

Departamento de matemática da UFSC

Professor José Luiz Pinho

Contato: (48) 3721-4595

2- Chapecó:

Centro Tecnológico da Unochapecó

Professora Rosângela Ramon

Contato: (49) 3321-8111

OBMEP

1- Florianópolis:

Departamento de matemática da UFSC

Professor Lício Hernanes Bezerra

Contato: (48) 3721-4675