Um estudante de Lages, na Serra Catarinense, é suspeito de ter fraudado o vestibular do curso de Medicina de uma instituição de ensino superior no interior de Minas Gerais. Ele foi investigado pela Polícia Civil mineira, que teria comprovado a prática criminosa, e teve a matrícula cancelada nesta sexta-feira.
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A investigação policial apurou que o homem, de 33 anos, e outros três estudantes, da Bahia, Goiás e Rio Grande do Norte, teriam pago entre R$ 40 mil e R$ 50 mil para que outras pessoas prestassem o concurso do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) em seus lugares.
Com boas notas, eles venceram a acirrada concorrência e ficaram entre os 60 classificados. Porém, logo após a matrícula, no início de fevereiro, uma denúncia anônima indicou uma suposta fraude no vestibular. O denunciante informou ao Unipam que o estudante potiguar estava em sua cidade no dia da prova, realizada em Patos de Minas, cidade de 140 mil habitantes e distante 400 quilômetros da capital Belo Horizonte.
A Polícia Civil de Minas Gerais entrou no caso e solicitou ao Unipam que reaplicasse a redação aos aprovados. Os supostos fraudadores foram identificados e tiveram suas caligrafias e assinaturas comparadas às que foram feitas no concurso, sendo constatadas as diferenças. Conhecimentos técnicos também foram avaliados, e respostas que teriam sido dadas no vestibular não foram confirmadas pelos suspeitos. A Polícia Civil e o Unipam não confirmaram o nome do lageano.
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O diretor de graduação e coordenador do vestibular do Unipam, professor Henrique Miranda, diz que a instituição recebeu na quinta-feira o relatório da Polícia Civil e anulou as matrículas dos suspeitos. O Centro Universitário estuda a possibilidade de acioná-los judicialmente por danos morais e financeiros, uma vez que as quatro vagas só poderão ser ocupadas no segundo semestre por alunos transferidos de outras instituições de ensino.
Após três meses, a investigação da Polícia Civil deve ser concluída na próxima semana. O delegado regional de Patos de Minas, Elber Barra Cordeiro, analisa se os suspeitos serão indiciados por estelionato ou falsidade ideológica, crimes com pena de um a cinco anos de reclusão. Por não terem antecedentes criminais e não terem sido flagrados, os estudantes não foram presos e responderão aos processos em liberdade. Até a noite desta sexta-feira, não havia pedido de prisão contra nenhum deles.
Segundo o delegado, todos alegam inocência. Elber Cordeiro aguarda agora a Justiça mineira decidir se é a Polícia Civil ou a Federal que irá investigar a quadrilha que realizou as provas. Ainda não se sabe como o bando agia e como era feito o contato com os estudantes, mas o delegado adianta que eram utilizados documentos de identidade falsos com os nomes dos candidatos e fotos dos criminosos.
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