O atendimento aos turistas estrangeiros que visitarão o Brasil nos períodos da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 vai exigir uma remodelação completa da estrutura bancária e das agências de câmbio. De acordo com o diretor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Wilson Gutierrez, o atual número de postos de atendimento para saque e troca de moedas não é suficiente para a demanda esperada durante esses grandes eventos esportivos.
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Em seminário sobre câmbio manual e transferência de pequenos valores realizado hoje na sede do Banco Central, Gutierrez afirmou que a burocracia atual para essas transações – que exigem a identificação, além da análise e provação dos documentos das pessoas que desejam trocar divisas – demanda uma ampliação dos postos de atendimento em aeroportos e pontos turísticos. Além disso, o aumento dessas transações exigirá uma maior segurança das agências.
Outro ponto sensível, destacou o representante da Febraban, será a dificuldade em se manter estoques de moedas não conversíveis, ou seja, de turistas oriundos de países que não estão no centro do comércio mundial.
– Há também a preocupação com a elevação da quantidade de cédulas falsas, e por isso é preciso orientar áreas de atendimento, com intensificação do treinamento – completou Gutierrez.
Para a Febraban, a organização desses eventos esportivos também criará demandas adicionais para os serviços de transportes de valores, além da expansão das redes de comunicação para prover segurança também às transações eletrônicas. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio (Abracam), Liberal Leandro Gomes, o custo do transporte dessas moedas para as cidades mais distantes das grandes capitais pode elevar o preço das divisas. Por isso, sugeriu uma menor burocracia no processo de câmbio de pequenos valores, que poderia diminuir o custo e agilizar as transações.
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– Também sugerimos que algumas cadeias de estabelecimentos, como hotéis e restaurantes, possam trabalhar com moeda estrangeira, via convênio com instituições autorizadas pelo BC – propõe Gomes.
Segundo Gomes, muitos profissionais, como taxistas e trabalhadores da rede hoteleira, têm receio de trocarem pequenos valores recebidos como pagamentos ou gorjetas de turistas estrangeiros, devido à burocracia da identificação.