Após algumas falhas no Sul-Americano Masculino de Basquete, em julho, quando a Seleção Brasileira ficou com o bronze, a desconfiança pairou sobre o jogo do armador Raulzinho. Mas o atleta de 22 anos não se abalou. Ganhou o apoio do técnico Rubén Magnano, foi convocado para a Copa do Mundo e, na tarde de domingo, brilhou na vitória sobre a Argentina, pelas oitavas de final da competição na Espanha.
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> Brasil bate a Argentina e vai às quartas no Mundial
Presente no Mundial da Turquia, em 2010, quando tinha 18 anos, e nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, Raulzinho ganhou moral para ser titular no duelo das quartas de final, quarta-feira, contra a Sérvia.
– Pela partida contra a Argentina, não tenho dúvida disso. Foi um jogador muito importante na vitória. Principalmente pelo que fez no segundo tempo, em especial no último quarto – analisou o ex-técnico e hoje comentarista Zé Boquinha.
No Palácio de Esportes Comunidade de Madri, Raulzinho teve a responsabilidade de substituir um apagado Marcelinho Huertas. E não se intimidou diante dos argentinos. Nos 24 minutos que esteve em quadra, se transformou no cestinha do jogo, com 21 pontos. Ainda deu duas assistências, pegou um rebote e recuperou uma bola. Na competição, o armador tem médias de 7,8 pontos, 2,5 assistências e 1,7 rebote por jogo.
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– É um garoto humilde que sempre trabalhou para estar na Seleção. Sempre se falou do seu talento e agora ele está colocando em prática. O Brasil está muito bem servido. Antes, falava-se que, se o Huertas se machucasse, não teríamos um substituto. Agora, isso mudou – afirmou o ex-jogador Alexey.
Raulzinho vai para sua quarta temporada no basquete espanhol, em que já é um ídolo. Na Seleção, veste a Amarelinha desde o sub-17. Ele foi uma aposta na equipe de base que tinha o comando de José Neto, hoje assistente de Magnano.
– Ele tinha sido chamado com um ano a menos, mas já tinha visto seu enorme potencial – disse Neto.
Especialistas acreditam em medalha na Espanha
A última vez que a Seleção conquistou uma medalha no Mundial foi em Manila, nas Filipinas, em 1978. Depois do bronze, o melhor resultado foi o quarto lugar em Madri, na Espanha, em 1986. Mas, depois da ótima vitória sobre a Argentina, a esperança na quebra da escrita aumentou.
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– O céu é o limite. O moral está lá em cima. Claro que agora será um jogo diferente contra a Sérvia, mas já ganhamos deles – disse Zé Boquinha.
Alexey, por sua vez, não quis falar em cor da medalha. Somente ressaltou que o Brasil precisa figurar no alto escalação. Para isso, precisa ocupar um lugar no pódio do Mundial.
Sobre a atuação contra a Argentina, Alexey destacou que o Brasil começou mal na defesa, mas que, ao melhorar a marcação, o ataque passou a funcionar. E que a equipe ainda contou com a queda de rendimento do rival e a má atuação de Luís Scola. Já Zé Boquinha creditou o início “devagar” a uma tática de Magnano:
– Foi um jogo bem planejado. Segura no início e depois solta. Minamos a Argentina e depois partimos pra cima. Com um grupo forte, rodamos bastante os jogadores e cansamos o adversário. E seguramos o Scola.
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