A confirmação dos nomes que vão concorrer ao governo de SC nas eleições 2022 começa a evidenciar a estratégia e o tom que os candidatos devem adotar na largada da campanha eleitoral, que tem início em 16 de agosto.
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Quem são os candidatos a presidente nas Eleições 2022
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Superado o período das convenções e conversas por alianças, os candidatos começam a indicar qual será o posicionamento em alguns temas que podem ser importantes na campanha de 2022. As agendas dos pré-candidatos e a linguagem utilizada nas redes sociais nas últimas semanas ajudam a identificar o planejamento.
O posicionamento em relação à disputa de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais, a popularização dos nomes nas regiões de SC e a definição dos temas locais a serem discutidos são algumas das preocupações das campanhas neste início de período eleitoral.
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Confira abaixo quais devem ser as estratégias dos principais candidatos de SC na largada da campanha eleitoral:
Alex Alano (PSTU)

A campanha de Alex Alano (PSTU) informou que a candidatura do partido será apresentada como “revolucionária” e deve abordar críticas a Bolsonaro e Moisés, mas também às frentes que têm Décio Lima e Lula (PT) como candidatos a govenador e presidente, respectivamente. Para o partido, esta segunda chapa seria “apoiada na burguesia” e para o partido “não é a solução”.
A campanha presencial deve focar em passagens em escolas, locais de trabalho e fábricas. Outra ações e o plano de governo estão sendo discutidas em seminários do partido.
Carlos Moisés (Republicanos)

A candidatura à reeleição do atual governador Carlos Moisés (Republicanos) deve apostar na divulgação de ações do governo, como investimentos em rodovias, inclusive federais, e nos repasses feitos aos municípios. Nas publicações em redes sociais, Moisés tem apostado também em vídeos reagindo a comentários e até respondendo críticas e polêmicas sobre o governo. Também aparece em entrevistas sobre os repasses aos municípios.
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A campanha de Moisés tentará destacar ações do governo e dizer que elas ocorrem apesar do que ele vem chamando de “turma do contra”. São partidos de gestões anteriores ou que apoiaram o impeachment, que estão ao lado de outras candidaturas — e que tendem a aumentar o tom das críticas ao governo. Em relação à eleição nacional, Moisés ainda não falou abertamente. Na convenção, questionado sobre se apoiará Bolsonaro, disse que vai “trabalhar para Santa Catarina” e que “direita e esquerda não foram pauta do governo”. No novo jingle, repaginado de 2018, a menção a Bolsonaro já não aparece. Essa deve ser uma pauta evitada neste início de campanha.
Décio Lima (PT)

A candidatura de Décio Lima (PT) não esconde a intenção de relacionar a eleição de SC com a nacional. A campanha deve enfatizar que ele será o “único candidato a governador do Lula”, assim como Dário Berger já foi anunciado como “o senador do Lula” na convenção petista, dia 25. A crença de que Lula poderia vencer a eleição em SC, mencionada por Gelson Merísio em discurso na convenção petista, é a mesma que leva a chapa a considerar que Décio tem boas condições de chegar ao segundo turno. No entanto, a campanha de Décio promete não se limitar à relação com a eleição nacional e abordar também temas do dia a dia catarinense.
Um ponto que deve ser explorado é o combate à fome no Estado. O tema já vem sendo abordado em vídeos nas redes sociais do petista. Se em 2018 o PT lançou chapa pura com Décio para o governo, em um período de antipetismo e com Lula ainda preso, neste ano a existência de uma aliança mais ampla, com aliados que até pouco tempo estavam mais ao centro no campo ideológico, anima o partido a conseguir obter votos em públicos que vão além do eleitorado petista.
Esperidião Amin (Progressistas)

A campanha de Esperidião Amin (PP) também deve evocar a proximidade com o presidente Bolsonaro como um dos argumentos. O Progressistas faz base do governo federal com indicação de ministro e líder no Congresso. Nesta semana, Amin já publicou nas redes sociais uma foto entregando uma caneta ao presidente na convenção nacional do partido. Apesar disso, o presidente do partido em SC, Silvio Dreveck, diz que a campanha deve ser “propositiva”, abordando problemas como infraestrutura e educação.
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A candidatura busca unir prefeitos e filiados do partido, o segundo maior do Estado, em torno de uma candidatura própria após 12 anos. A intenção justifica as falas do senador nos últimos meses, de que este ano “vai ter 11 na telinha [da urna]”. Nas redes sociais, no entanto, as publicações de Amin ainda estão mais relacionadas à rotina de senador — tom que deve mudar com o fechamento da chapa e o início da campanha, até meados de agosto.
Gean Loureiro (União Brasil)

A principal meta da campanha de Gean (União Brasil) no início da corrida eleitoral não chega a ser segredo: tornar a imagem do ex-prefeito de Florianópolis conhecida nas demais regiões de SC. Para isso, intensificou a agenda de reuniões pelo interior. Nas redes sociais, o ex-prefeito já exibiu fotos de encontros com grandes públicos e até posou com a camisa da Chapecoense e do Criciúma. Em tom bem-humorado, aparece em “roteiros gastronômicos” provando hambúrgueres.
Para apresentar melhor Gean, a campanha deve dar ênfase às ações dele na prefeitura. Outra estratégia que deve ser adotada na campanha é desvincular a eleição em SC da eleição presidencial. O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, coordenador da campanha, enfatiza que ele e Gean votarão no atual presidente, mas não vão disputar com as outras chapas o papel de “candidato do Bolsonaro”. Rodrigues diz que ataques ao atual governador “não passam pela cabeça do Gean” e afirma que deficiências do governo “acabam aparecendo pela imprensa”.
Jorge Boeira (PDT)

Um dos últimos partidos a confirmar candidatura ao governo, o PDT deve definir nesta semana o comitê de campanha e as estratégias para divulgar o nome do candidato, o ex-deputado Jorge Boeira. A linha geral é de uma divulgação em rádio e TV que explore a trajetória de Boeira como empresário, mas associado à experiência política dos quatro mandatos como parlamentar federal e ao olhar social, característico do PDT.
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Educação e infraestrutura devem ser os temas mais abordados nesta arrancada. Outra aposta forte é na vinculação de Boeira com a campanha do presidenciável Ciro Gomes, já que um dos principais motivos para o partido ter candidato próprio é oferecer palanque para o ex-governador do Ceará em SC.
Jorginho Mello (PL)

A campanha de Jorginho Mello (PL) deve dedicar o início da corrida eleitoral para apresentar mais aspectos da vida do senador, para depois apresentar as propostas que pretende adotar caso vença a disputa. A atuação como senador, em especial na elaboração do Pronampe, devem ser abordados neste primeiro momento.
A equipe do senador não retornou à reportagem, mas fontes ligadas ao candidato afirmam que ele deve relacionar a eleição estadual à corrida presidencial, reforçando a imagem de “candidato do Bolsonaro” — os dois são do mesmo partido e Jorginho foi vice-líder do governo no Congresso. Uma presença maior no eleitorado religioso também vem sendo construída. Até aqui, o PL não anunciou alianças em SC, mas o senador tem defendido em entrevistas a tese de que a sua “maior coligação é com o presidente”.
Odair Tramontin (Novo)

A direção do partido em SC afirma que a candidatura de Odair Tramontin (Novo) deve repetir o formato de focar em propostas do partido e que “não é o perfil do Novo ficar atacando”. A posição do partido a favor de menos intervenção do Estado sobre a iniciativa privada também deve ser enfatizada. Um assunto que deve estar em evidência são os gargalos de infraestrutura, com foco em concessões e parcerias com empresas.
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Nas redes sociais, já é possível também ver muitas publicações de Tramontin levantando a bandeira do combate à corrupção e com referência ao trabalho do promotor de Justiça no comando do Gaeco, que atuava na fiscalização do poder público. O prefeito de Joinville, Adriano Silva, único da legenda no Estado, também deve ter presença ativa na campanha. Em relação à eleição nacional, o Novo promete se posicionar “100% contra” as duas principais candidaturas, de Lula e Bolsonaro, fazendo defesa da candidatura própria do Novo, de Luiz Felipe d’Ávila.
Ralf Zimmer (Pros)

A candidatura de Ralf Zimmer ainda era uma incógnita até o fechamento desta edição porque o partido dele, o Pros, está envolvido em disputas na Justiça pelo comando do sigla, tanto em SC quanto no país. Caso seja mantida, a campanha de Ralf deve ser pautada na moralidade pública, defesa da boa gestão e combate à corrupção. O partido já elaborou um plano de governo e deve focar em temas como redução de filas na saúde.
Leandro Brugnago (PCO)

A equipe de Leandro Brugnago (PCO) não respondeu à reportagem até a publicação.
* A ordem dos candidatos nas páginas, de cima para baixo, obedece à ordem alfabética do primeiro nome de cada um, de acordo com o cenário eleitoral até domingo (7).
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