Aeroportos e rodovias federais são os principais focos da repressão em larga escala à entrada da droga no País, segundo a Polícia Federal. Mesmo assim, a estratégia não tem evitado que apreensões da droga batam recordes de quantidade em SC, por exemplo, vários deles entre o fim do ano passado e o começo deste. Como não se sabe a quantidade de droga que entra, as apreensões podem ser apenas a ponta de um iceberg formado por pequenos comprimidos.

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Segundo o delegado especializado em combate a entorpecentes Gustavo Trevisan, apesar da disseminação da droga continuar, a estratégia é tentar buscar os cabeças do tráfico internacional e que importam a droga ao Brasil.

– Nem haveria como colocar policiais em todos os locais de uso da droga, então o combate tem de usar mais a inteligência -, afirma Trevisan.

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Chegar aos laboratórios de processamento da droga _ alguns tão sofisticados quanto os da indústria médica e que costumam ter jovens químicos e farmacêuticos à frente _ é um prêmio no desmantelamento. O primeiro laboratório de SC e o terceiro do País foi descoberto pela Divisão Estadual de Investigações Criminais (Deic) em 2009, em Imaruí, no Sul do Estado. O delegado-chefe de repressão a entorpecentes da Deic, Cláudio Monteiro, lembra que era estrutura “sofisticada”, tocada por um químico na época.

Da operação Playboy às apreensões de hoje

A história do ecstasy em SC rendeu capítulos dignos de seriado policial. A Operação Playboy, desencadeada pela Polícia Federal em 2001, foi um desses episódios. Na época, um carregamento bem menor do que os atuais, de 800 comprimidos apreendidos em SP, levou a uma lista de rapazes de classe média-alta em SC, muitos deles surfistas, que viajavam o mundo com despesas pagas por barões da droga para levar cocaína ao exterior e trazer ecstasy ao País.

A descoberta de redes de estudantes universitários que faziam dinheiro fácil com a distribuição da droga, principalmente em Balneário e Itajaí, virou lugar-comum nas páginas policiais e as apreensões intituladas como recordes se superam. Em janeiro do ano passado, um dos jovens que serviam de mula foi pego com 20 mil comprimidos em Barra Velha, no Litoral Norte, a caminho de Balneário Camboriú.

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No início de dezembro, 30 mil balas foram apreendidas em Biguaçu, na Grande Florianópolis. Duas operações da PF contra ecstasy foram deflagradas na mesma época, a Curió, que investiga até torcida organizada da Capital, e a Garnaal (camarão em holandês). Na época, seis mil comprimidos foram pegos no pedágio de Araquari, no Norte, a caminho de Itajaí. No mês passado, 7,5 mil foram apreendidos em praias de Balneário e Itapema. Isto fora apreensões miúdas.