A tática da “desconstrução de imagem”, usada pelos profissionais de marketing eleitoral e intensificada nas campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) nesta reta final das eleições, já pode ser considerada um lugar-comum dos últimos debates televisivos entre os dois candidatos.

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Para além das repetitivas críticas contra administrações petistas e tucanas, ambos também trocam ataques pessoais, ironias e acusações mútuas de corrupção e incompetência num jogo em que mais vale aumentar o nível de rejeição do adversário do que apresentar soluções aos problemas públicos do país.

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De acordo com especialistas em marketing político, esse tipo de confronto pouco tem a acrescentar de informação ao eleitor, apesar da estratégia de enfraquecer o oponente ser válida em qualquer disputa eleitoral polarizada. Mas, por estar centrado em aspectos negativos, o debate “desconstrutivo” pode provocar a repulsa do cidadão com a política e ampliar abstenções e votos nulos.

– A desconstrução é geralmente usada como tentativa de frear o crescimento do adversário, quando essa tendência é apresentada nas pesquisas. Também é uma arma de defesa contra as acusações que vêm do outro lado. Mas ao assistirem um debate, os indecisos, que são alvos prioritários das duas campanhas, normalmente estão em busca de propostas, do candidato mais adequado, e não em uma troca de agressões – afirma o publicitário Bernardo Lopes, que atuou na campanha do senador eleito Dário Berger (PMDB).

O papel das redes de TV

Um modelo de debate direto, sem intervenções ou temas fixos, acabam por estimular o fogo cruzado entre os candidatos.

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– Penso que está faltando uma presença qualificada de jornalistas para direcionarem perguntas aos candidatos. Sem essa intervenção, resta apenas um confronto que favorece aquele com melhor retórica, mas que não revela propostas de governo. – sugere o publicitário eleitoral Wilfredo Gomes, da empresa OneWG.

Bernardo Lopes entende que o modelo de confronto direto tende a favorecer o candidato de oposição, uma vez que ele terá mais oportunidades para apontar falhas do governo adversário. Por outro lado, num debate com perguntas temáticas e intervenções jornalísticas, o candidato da situação tem mais chances de destacar as qualidades da sua administração.

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