Aos poucos os estrangeiros começam a compor o cenário catarinense e a animação australiana e argelina invadem Florianópolis e Balneário Camboriú. Porém, mesmo com mais de 1,2 mil torcedores da seleção do canguru na Capital e 2,1 mil argelinos em Balneário, as entidades de turismo não demonstram o mesmo otimismo visto nos estádios. Com menos turistas nacionais, chuvas e ausência de jogos em Santa Catarina, as taxas de ocupação na rede hoteleira do Estado estão mais baixas do que a média para o período.

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Para Samuel Koch, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Santa Catarina (ABIH-SC), a grande expectativa para a Copa do Mundo no setor hoteleiro não se concretizou.

– A taxa ocupacional registrada em Santa Catarina no período da Copa varia entre 10% e 60%, sendo que a maioria não passa dos 30% de ocupação e muitos não registraram nenhuma reserva. As regiões, que chegaram a registrar 85% de lotação durante o verão e no feriado de Páscoa, apresentam apenas 29% de reservas para este mês de junho – diz.

O Costão do Santinho é um exemplo. Mesmo com os 850 turistas australianos que chegaram ontem, a taxa de ocupação deve ficar em torno de 20% em junho – a média do período é de 30%.

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– Muitos brasileiros não estão viajando, porque se criou uma expectativa que seria caro viajar na época de Copa, então o mercado nacional está parado e nós já esperávamos por isso – avalia Rubens Regis, diretor comercial do resort em Florianópolis.

Regis conta que o resort também recebeu alguns turistas argentinos e espanhóis, porém em menor número.

O Il Campanario, em Jurerê Internacional, recebeu 350 australianos, e o Jurerê Beach Village, 80. O gerente do Il Campanario, Carlos Kiehl, ressalta que os estrangeiros irão ficar entre três e quatro dias, o um período considerado curto, mas que reflete o esforço em divulgação e mídia para promover o resort. Em 2013, o Il Campanario teve taxa de ocupação de 7,91% neste período. Na Copa, será de 11,38%.

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Primeira quinzena de junho preocupa Balneário Camboriú

A primeira quinzena de junho em BC foi a mais baixa dos últimos anos, conforme Margot Libório, presidente do Convention & Visitors Bureau de Balneário Camboriú.

– O turismo de negócios está parado e houve cancelamentos em função das chuvas, que tiveram impacto na imagem de todo Estado – afirma.

Margot conta que a taxa de ocupação de junho costuma ficar em torno de 30 a 35% e espera alcançar a média neste ano. A vinda dos mais de 2,1 mil argelinos deve diminuir o impacto negativo do período, mas não soluciona o problema, já que a cidade conta com cerca de 19 mil leitos.

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O Hamburgo Palace Hotel irá hospedar 200 argelinos, que irão ocupar metade dos quartos disponíveis do hotel. Serão sete diárias e muita torcida para a seleção africana.

– Esse mês é muito ruim, mas eles vão fazer a diferença – afirma Vera Lúcia Moritzen, gerente comercial do hotel.

Ela acrescenta que algumas reservas de uruguaios foram canceladas, depois da derrota da seleção no primeiro jogo.

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Os mais de 2 mil argelinos ficarão hospedados em 1.010 quartos de 14 hotéis da cidade e muitos desses empreendimentos fizeram um investimento extra para receber os torcedores. O gerente comercial do hotel San Marino, Alessandre Pereira, explica que o estabelecimento procurou se informar sobre a cultura destes turistas e adequar sua rotina conforme solicitação da agência que vai trazer os argelinos.

– Estamos atendendo principalmente o pedido da agência quanto à alimentação. Além disso, vamos disponibilizar um atendente que fala inglês e francês – explica.

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