Estrangeiros que participarem de manifestações políticas marcadas para este fim de semana serão presos e deportados, informou a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) em nota divulgada na manhã deste sábado. Uma suspeita sobre a vinda de bolivianos para apoiar a presidente Dilma Rousseff motivou o alerta.
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— Os direitos políticos são praticamente os últimos a serem adquiridos por estrangeiros com visto de permanência, imagine para quem vem apenas a turismo — disse o presidente da entidade, Luis Boudens.
Pela lei, o estrangeiro admitido em território nacional não pode exercer atividade de natureza política ou participar de desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, sob pena de detenção (de um a três anos) e expulsão do país.
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A Polícia Rodoviária Federal em Goiás abordou, na sexta-feira, três ônibus com placas da Bolívia. Em função de uma rota pré-traçada, os veículos só teriam autorização para ir até Goiânia. Porém, segundo os policiais, alguns viajantes admitiram que tentariam chegar até Brasília para protestar contra o impeachment da presidente, sobre o qual a Câmara dos Deputados decidirá no domingo. Venezuelanos, paraguaios e peruanos também estariam organizando “excursões” para marcar presença nos atos.
— A nossa preocupação não é sobre o “lado” que os estrangeiros poderão escolher. Vale para todos — destacou Boudens.
Na nota, a Fenapef informa que os que forem flagrados se posicionando contra ou a favor do impeachment devem ser detidos e encaminhados à Polícia Federal. Para Boudens, “estrangeiros entrando no país com o objetivo específico de participar de manifestações políticas é uma ameaça ao Brasil, uma violação ao Estatuto do Estrangeiro e afronta às instituições de controle, como a Polícia Federal”.