Um artigo publicado na revista científica Nature, desta quarta-feira, dia 27, alerta brasileiros e estrangeiros para o perigo de um surto de dengue durante o período da Copa do Mundo no Brasil, no próximo ano. O alerta vale tanto para os estrangeiros, como para os brasileiros, que poderão vir a conhecer novas variações dos vírus surgidas dos novos contatos.
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Apesar dos brasileiros já conviverem com a dengue e saberem como se prevenir, o sanitarista Simon Hay, da Universidade de Oxford, diz que a doença é particularmente desconhecida para os europeus. E os visitantes podem introduzir novos genótipos de dengue aos quais os brasileiros tem imunidade baixa, assim como a união de grandes populações não imunes pode impulsionar a transmissão em caso de surto.
O especialista alerta que três das 12 cidades-sede dos jogos podem sofrer com a dengue durante o período e que medidas preventivas precisam ser tomadas. O percentual de casos de dengue registrados entre 2001 e 2013, nos meses de junho e julho (quando ocorrerá a Copa) é de 9.9% em Fortaleza, 13,5% em Natal, e 10,1% em Salvador – os mais altos do país neste período. E estas são as cidades mais preocupantes.
– Isto significa que a Fifa, as autoridades brasileiras e os patrocinadores da Copa do Mundo devem usar sua influência e experiência para comunicar aos visitantes o risco e as medidas de proteção que devem ser tomadas -, diz Hay.
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A médica clínica geral de São Paulo, Ligia Raquel Brito concorda e alerta:
– Um turista pode trazer para o Brasil doenças que não temos aqui, assim como foi o caso do sarampo e poliomielite, que são enfermidades que mesmo já controladas no Brasil, ainda afetam a população de países em desenvolvimento. Por isso é fundamental que a população esteja consciente da necessidade de imunizada completa.
Previna-se:
Para curtir numa boa a Copa do Mundo, a carteira de vacinação deve estar em dia. Com o grande número de vacinas, o ideal é começar a imunização já no final deste ano.
As crianças devem seguir o calendário normal de vacina.
Os adultos precisam fazer o reforço a cada 10 anos, pois algumas vacinas vão diminuindo a eficácia ao longo da vida.
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Além da vacina contra a dengue, existem outras que devem ser tomadas para imunização. As principais são: contra malária – outra doença também transmitida por insetos -, sarampo, caxumba, rubéola, coqueluche, tétano, difteria, varicela, hepatite A e B, influenza e doença meningocócica.
Outra preocupação da médica é em relação aos surtos de origem alimentar. Qualquer comida preparada em condições inadequadas pode resultar em contaminações graves.
– A vacina contra a hepatite A é recomendada para todos, mas é importante evitar barraquinhas e locais sem higiene -, lembra Lígia.
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Dicas e recomendações:
– Vacinar- se contra as doenças imunopreviníveis;
– Evite locais fechados e aglomerados, se possível;
– Usar preservativos;
– Lavagem das mãos com água e sabão ou com álcool-gel;
– Consumo de água engarrafada/ potável e consumo de alimentos totalmente cozidos;
– Use repelente sempre. É essencial para afastar os insetos, que podem transmitir doenças, como dengue, malária, febre amarela e febre maculosa.